Saúde Mental
24.09.2020As doenças mentais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, independente de idade, e, em 2020, os cuidados precisaram de mais atenção, por conta da pandemia da Covid-19. Preocupada com a saúde mental da comunidade escolar, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto trabalhou com programas virtuais de orientação e, com a volta das aulas presenciais, os encontros passaram a ser nas escolas, com atenção para todos os públicos.
A coordenadora da Atenção à Saúde Psicossocial da Secretaria de Educação, Adriana Magalhães, conta que, neste mês, estão acontecendo rodas de conversas para tratar os temas e buscar uma proximidade maior com os alunos, visando o fortalecimento dos laços entre os estudantes, profissionais e secretaria. Com o tema “Setembro Amarelo: Conectando Vidas”, as visitas do assessoramento psicossocial podem ser solicitadas pelo e-mail psicossocial@seduc.net.
Adriana diz que, durante muito tempo, acreditou-se que crianças e adolescentes não eram afetados pela depressão. Atualmente, sabe-se que são tão suscetíveis ao transtorno quanto os adultos – e o referido diagnóstico pode interferir bastante no dia a dia, na vida acadêmica e social.
“Crianças e adolescentes com depressão apresentam frequentemente sinais de tristeza, falta de motivação e solidão, podendo, em alguns casos, demonstrar humor irritável ou instável e, também, explosões de raiva e envolvimento em brigas corporais”, cita a psicóloga, que acrescenta que nem sempre a pessoa percebe esses sintomas em si mesma, podendo ser identificados por um familiar ou amigos, por exemplo.
“Referente a sintomas físicos, observa-se cansaço, falta de energia, dores de cabeça ou de barriga e insônia. Destacando os emocionais, estão preocupação excessiva, sensação de culpa, autoestima baixa, choro, hipoatividade, fala lenta, monótona e monossilábica. Pensamentos recorrentes sobre a morte, ideias e planejamento suicida podem estar presentes em todas as idades”, frisa Adriana.
Atenção especial – A psicóloga reforça que as crises de ansiedade compreendem condições comportamentais diferentes entre si, mas que, habitualmente, provocam sensações subjetivas de desconforto e inquietação, além de desencadear sintomas somáticos como boca seca, taquicardia, sudorese e falta de ar, dentre outros. Nesse contexto, é necessário estar atento para situações cotidianas em que a criança experimenta medo, insegurança e ansiedade, observando se lidam de forma equilibrada.
Setembro amarelo – Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo, mês em que os as doenças mentais recebem mais atenção. Segundo dados do ABP e CFM, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.
Foto: Eduardo Cavalcante