Amazonas
02.08.2019Cerca de 130 servidores do Estado participaram do Curso de Escuta Qualificada, nesta quarta-feira (24/07), no auditório do Centro de Formação Profissional Padre José Anchieta, localizado no bairro Japiim 2, zona sul de Manaus. A atividade, promovida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM) – por meio da Coordenação de Atenção Psicossocial do Escolar (Capse) -, contou com palestra do médico patologista da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Antônio Palhares.
Durante duas horas, o profissional tirou dúvidas sobre o preenchimento da Ficha de Notificação de Agravos sobre suicídio, lesão autoprovocada e violência doméstica no Amazonas. O documento está disponível tanto para professores quanto para servidores que atuam prestando assistência.
“A ficha é um instrumento do Ministério da Saúde que já existe em todo o País, desde 2016. Nela, tentamos recolher o máximo de informações sobre a vítima e, se for o caso, do agressor. Depois de preenchido, o documento é encaminhado aos distritos de saúde para que seja, então, convertido em números”, afirmou Antônio.
De acordo com o médico patologista, os dados são utilizados pelo Governo para formular estratégias e políticas públicas de combate a esses problemas. “Através desses números, podemos, inclusive, reposicionar de uma maneira melhor as unidades de saúde em Manaus. Nós precisamos saber em quais zonas ou áreas da cidade estão ocorrendo mais casos [de suicídio, lesão autoprovocada e violência doméstica] para que possam ser tomadas iniciativas eficientes para combatê-los”, acrescentou.
A Ficha de Notificação de Agravos está disponível para download no site oficial do Ministério da Saúde, através do link: http://bit.ly/2Zf7ina.
A palestra desta quarta-feira foi transmitida, também, para o interior do Estado, por meio do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam).
Reforço – Para a assistente social da Coordenadoria Regional do município de Borba, Edielle Souza de Palma, o Curso de Escuta Qualificada reforça a atenção que temas como suicídio e automutilação devem receber da população. “É uma capacitação que veio para somar e fortalecer nosso papel na Educação e na sociedade”, destacou.
A assistente social pontua que a atividade é essencial para a gestão de uma equipe educacional. “A depressão, o suicídio e outras questões, infelizmente, fazem parte da nossa realidade. Por conta disso, os professores precisam estar preparados para lidarem com esses problemas da melhor maneira possível”, completou.
Atuação – Integrante da Capse, a psicóloga Janira Moraes reitera a importância do apoio emocional dado ao aluno em momentos de crise. “O estudante demonstra os sintomas e o professor intervém. Mas intervém de que forma? Escutando e acolhendo sem julgamentos, para que, posteriormente, ele receba o encaminhamento necessário. Nosso dever é detectar prioritariamente essa demanda”, frisou.
Segundo a psicóloga, a ação visa não somente o bem estar físico e psicológico do aluno, como, também, aprimorar a qualidade do ensino no Estado. “Estamos aqui para agregar e preencher a lacuna entre ensinar e aprender: porque, para o estudante assimilar os conteúdos em sala de aula, ele precisa estar pleno”, finalizou.
Recepção – Os participantes do Curso de Escuta Qualificada foram recepcionados de uma maneira diferente no auditório do Cepan, nesta quarta. Eles receberam abraços e palavras de incentivo de estudantes do projeto Alunos Mais que Especiais (Ame), da Escola Estadual Benedito Almeida.
Lançada em junho deste ano, a iniciativa tem como objetivo trazer o incentivo escolar aos jovens de uma maneira menos pedagógica e mais humana. Pelo menos uma vez por mês, os integrantes do projeto recebem os estudantes e funcionários da unidade de ensino como verdadeiras estrelas, com direito a tapete vermelho, abraços, sorrisos e palavras inspiradoras.
FOTOS: CLEUDILON PASSARINHO/SEDUC-AM