educação inclusiva
03.04.2017
Para marcar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado neste 2 de abril, a Associação Amora (Atenção Multidisciplinar e Respeito ao Autismo) realizou, pela manhã, uma programação na Praça Batista Campos, reunindo instituições que atuam no processo de atendimento e inclusão dos cidadãos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Estima-se que existam quase 70 milhões de pessoas com autismo no mundo.
Entre as instituições que tomaram parte da caminhada no entorno da praça e também da programação que uniu ofertas de serviços e show cultural com artistas estava a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), representada pela Coordenadoria de Educação Especial (Coees), que atende 10.600 estudantes com necessidades especiais matriculados em escolas públicas do Pará. Desse total, 1.400 alunos apresentam Transtorno do Espectro Autista. O evento deixou claro que a educação é uma das principais ferramentas para a cidadania e inclusão dos indivíduos com autismo.
A contribuição da escola para o desenvolvimento da pessoa autista pode ser conferida pelo público que compareceu à Praça Batista Campos. O jovem Athos Magno, que recebe atendimento na Unidade Educacional Especializada Yolanda Martins, onde acaba de concluir o Ensino Médio, é o vocalista da banda Revolução Nuclear, formada por alunos e professores da instituição. O grupo toca rock usando instrumentos musicais confeccionados pelos próprios componentes do grupo, como camburões coletores de lixo e baldes plásticos.
“A criança autista vai sempre aprender de uma maneira diferente. E aí é que entra a participação da escola, dos pais e dos profissionais que trabalham com o TEA para que alcance um resultado positivo. Existem condutas, técnicas, cada caso é um caso. Cada um tem sua própria história”, destacou o presidente da Amora, Sérgio Serra. Ele esclarece que não existe progressão para uma criança com autismo na luta pela dignidade sem o engajamento da família.
Por essa razão, a Coees atua tanto na avaliação educacional e assistência aos estudantes quanto na formação de professores para atendimento de crianças e jovens com autismo. E nesse trabalho, a coordenadora em exercício da Coees, Roselene Ayan Mesquita, destaca a atuação do Núcleo de Atendimento Educacional Especializado Yolanda Martins, a implantação de salas de recursos multifuncionais em escolas de ensino regular e a parceria de instituições conveniadas, como a Fundação Pestalozzi, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e a Fundação Saber, entre outras.
Nos espaços de atendimento às crianças e jovens autistas são prestados serviços de apoio acadêmico (estimulação pedagógica), multiestimulação, estimulação sensorial, motricidade (movimentos, equilíbrio e concentração) e outras ações. A avaliação dos estudantes com autismo pela Coees é aberta ao público em geral, abrangendo alunos das redes pública e particular. “Pretendemos ampliar o atendimento este ano e mantermos os serviços em rede”, afirmou a coordenadora pedagógica do Natee, Conceição Souto.
Para Roselene Mesquita, da Coees, o acesso à informação pela sociedade é essencial para a valorização do cidadão com autismo. “Eventos como esse são válidos para informar à sociedade quais os serviços prestados pelo Poder Público e pelas instituições em geral. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor”, salienta. A pediatra pioneira no diagnóstico do autismo no Pará, Amira Figueiras, enalteceu a mobilização de todos pela atenção ao cidadãos com autismo.
Participaram da programação deste domingo a Orquestra de Percussão da Fundação Pro Paz, os artistas Bob Freitas, Carlos Correia Santos, Reginaldo Viana e outros. Também foram montados estandes ao longo da praça para receber os técnicos da OAB-PA, UEPA, UFPA e representantes do Paysandu Esporte Clube – Responsabilidade Social, UFRA,Casa do Autista e outros.
Texto:Eduardo Rocha
Fotos:Fernando Nobre