Bahia
05.09.2023A secretária da Educação do Estado da Bahia (SEC), Adélia Pinheiro, participou, nessa segunda-feira (4), do lançamento oficial da coleção pedagógica e da biblioteca virtual do Programa Asé-Toré, representando o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). O evento, realizado no Espaço Cultural 2 de Julho da Reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), no bairro do Canela, em Salvador, foi promovido pela Diretoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (DPAAE) da instituição de ensino.
“Destaco a importância dessa obra. É através e a partir da educação que enfrentamos o racismo, ainda presente entre nós, e lutamos pelos direitos, pelo reconhecimento e pela inclusão de todas as pessoas na construção de uma sociedade justa e igualitária. Nosso desafio, agora, é incentivar que todos utilizem a coleção Asé-Toré, nas redes públicas municipais e estaduais de todo o Brasil e, também, na Educação Superior. Viva a coleção Asé-Toré”.
Os cadernos temáticos irão compor a Coleção Pedagógica no IFBA, cuja elaboração está prevista no projeto de concepção do Programa Asé-Toré. Construídas a partir de uma abordagem metodológica decolonial, as obras contemplam o estudo da “História da África e dos africanos”, da “luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil”, da “cultura negra e indígena brasileira” e “o negro e o índio na formação da sociedade nacional”, em alinhamento com o que estabelece a legislação nacional.
O planejamento do programa também previa a criação de uma Biblioteca Virtual no IFBA pautada na temática da Educação das Relações Étnico-Raciais, visando democratizar o acesso a conteúdos convergentes com a aplicabilidade das leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, referentes à História e Cultura Afro-brasileiras e das comunidades originárias.
Sobre o Asé-Toré - O Programa Asé-Toré, idealizado pela DPAAE, em 2020, se fundamenta na legislação vigente sobre a obrigatoriedade do ensino de História da África, culturas africanas, afro-brasileiras e Indígenas na Educação (Lei nº 10.639/2003 e Lei nº 11.645/2008). Mais de 20 profissionais compõem a equipe, além de um conselho editorial da coleção pedagógica, contemplando diversas áreas de atuação, como História, Sociologia, Engenharias, Geografia, Biologia e Serviço Social.
Na língua iorubá, a palavra “asé” significa poder, energia ou força presentes em cada ser ou em cada coisa, que nas religiões afro-brasileiras representa a energia sagrada dos orixás. “Toré”, por sua vez, é uma expressão espiritual-religiosa de grande importância para os povos indígenas. “Dentro e fora do contexto religioso, axé é uma saudação utilizada para desejar votos de felicidade e boas energias. O Toré é canto, dança, oração do ritual dos povos indígenas Pataxó e de alguns grupos étnicos do Nordeste. É um ritual que fortalece os valores tradicionais e culturais da comunidade, é a contemplação à maior obra de criação, a Mãe Natureza, e ao Deus Tupã”, como explicou Heide Damasceno, assistente social e coordenadora geral do programa, em entrevista ao Portal do IFBA por ocasião do lançamento do Asé-Toré, em março de 2022.
Partiparam do lançamento a reitora do Ifba, Luzia Matos Mota; a diretora de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (DPAAE) do IFBA, Norma Souza; a socióloga Marcilene Garcia, ex-diretora da DPAAE e idealizadora do Programa Asé-Toré; Heide Damasceno, do Campus Camaçari, e Priscila Elisabete da Silva, respectivamente, coordenadoras do Programa Asé-Toré e da Coleção Pedagógica Asé-Toré; e Anderson Passos, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Eduicação – Bahia (Undime-BA); a gerente de Desenvolvimento da Biblioteca e coordenadora da Editora do Instituto Federal da Bahia (EDIFBA), Andreia Ribeiro Silva; a chefe do Departamento de Ações Afirmativas (DPAF), Jacineide Arão dos Santos Profeta; e a chefe da Coordenação Indígena e Povos Tradicionais (CIND), Thelma Ramos, entre outros.