Bahia
25.02.2021Com o objetivo de instrumentalizar os professores da rede pública de ensino para a inclusão da metodologia da Etnomatemática no processo de ensino e aprendizagem, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) realizou, nesta quinta-feira (25), o minicurso “Etnomatemática na Educação Básica: uma vivência transdisciplinar”. A atividade, realizada na plataforma Microsoft Teams, integra a programação de atividades alusivas ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado no dia 11 de fevereiro. O minicurso, mediado pela técnica Eliane de Jesus Costa, foi ministrado pelas professoras Eliane Costa e Maria da Conceição França.
A diretora de Educação Superior da SEC, Ivanilda Amado Cardoso, falou da importância da atividade. “Temos como compromisso na política educacional a implementação das leis n° 10.639/03 e 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no currículo. O minicurso, como metodologia de ensino e aprendizagem, incorpora diferentes formas de conhecimentos matemáticos dos povos africanos, contribuindo para a efetivação da legislação e o atendimento das demandas históricas por uma educação antirracista”, salientou.
A professora Eliane Costa, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), apresentou o conceito de Etinomatemática e sua aplicação. “Etnomatemática é uma teoria da educação matemática que tem como base diversas culturas. O que a diferencia da matemática escolar está na preocupação da quebra das epistemes hegemônicas, que lidam com a Matemática por meio de uma única cultura: a cultura eurocêntrica. Discutir a Etnomatemática na Educação Básica nos permite descontruir valores únicos e construir saberes e aprendizados que valorizem tanto os conhecimentos tradicionais, quanto os da modernidade, que respeite as tecnologias sociais, analógicas ou digitais”, explicou.
A professora Maria da Conceição França, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP), também discutiu sobre o tema. “Participar deste minicurso, trazendo como possibilidade de transformação educacional o jogo Mancala, nos deixa muito felizes. Nossa educação por muitos anos esteve pautada em um saber único, uma visão eurocêntrica, não oportunizando a diversidade de saberes e fazeres. Povos indígenas, quilombolas, negros não veem suas culturas dialogarem com as aprendizagens. Neste sentido, os conhecimentos trazidos pela Etnomatemática abre inúmeras possibilidades, pois dialoga com um currículo diverso, favorecendo o diálogo entre cultura e aprendizagem, principalmente quando pensamos em ensino e aprendizagem das ciências exatas, em especial a Matemática”, destacou.