Alagoas
25.10.2019Texto de José Arnaldo
No primeiro dia de exposições – quarta-feira, 23 – as escolas estaduais Professor Eduardo da Mota Trigueiros e Fernandes Lima, ambas de Maceió, levaram seus projetos para a apreciação da comunidade acadêmica.
As exposições terão continuidade nesta quinta e sexta-feira (24 e 25) com os trabalhos das escolas estaduais Mota Trigueiros, Professor Loureiro, de Murici; Rosa da Fonseca, de Marechal Deodoro, e Ana Lins, de São Miguel dos Campos.
Facilidades - A Escola Estadual Fernandes Lima apresentou projetos que facilitam afazeres domésticos no nosso cotidiano por meio da automação. Um deles é a Casa Autônoma, onde o uso de dispositivos móveis substitui chaves e disjuntores. Tudo pode ser feito por comando de voz ou via bluetooth, pelo celular, o que inclui abrir a casa, ligar equipamentos e alterar a intensidade das luzes.
Outro trabalho apresentado pela escola é o Semáforo Inteligente, que possui sensores para evitar congestionamentos. Se em uma avenida o semáforo fecha, mas nas ruas transversais não tem nenhum carro, o sinal abre, permitindo que o trânsito flua novamente pela avenida. O mesmo se aplica no caso de veículos, como ambulância, viaturas policiais ou do Corpo de Bombeiros. Quando se aproximam, o sinal abre permitindo que o trânsito siga e não se perca tempo com os carros manobrando para dar passagem para esses veículos.
Para o professor de matemática e robótica da Fernandes Lima, Reno Gomes, o engajamento dos estudantes e a oportunidade da participação em eventos científicos contribuem para o desenvolvimento dos alunos. “É fundamental para os estudantes participarem de um evento como este. Hoje, com a robótica nas escolas, os nossos alunos estão mais atentos e capacitados para criar e desenvolver todo tipo de projeto. Fico maravilhado ao ver o engajamento e a criatividade deles. Isso também ajuda romper o estigma de que as ciências exatas são difíceis. Basta ter concentração, imaginação e saber o caminho certo para a aplicação”, destaca o professor que orienta os estudantes.
O estudante Wesly Rosendo Gomes, foi um dos alunos envolvidos no projeto. Ele fala da importância de participar de eventos como a ExpoFísica. “É uma grande oportunidade de expor o fruto do nosso trabalho, que foi passou por um grande processo de pesquisa. Ficamos muito contentes em ver outros estudantes conhecendo nosso projeto e de ver jovens se interessando por ciência e tecnologia e querendo melhorar a vida de todos”, diz Wesly.
Empenho - Outro projeto que também chamou a atenção dos visitantes foi o guindaste eletromagnético criado pelos estudantes da Escola Estadual Professor Eduardo da Mota Trigueiros, que funciona em tempo integral. Levando em consideração os fundamentos da Física como rotação, transação e acoplamento de polias, o guindaste é movido por um aplicativo de celular, que envia as informações de comando via bluetooth. Para o professor de física e robótica da escola, Ronaldo Cristiano, a robótica trouxe inovação na forma de ensinar.
“Anteriormente, o ensino era o quadro, o professor fazendo aula expositiva e aluno vendo tudo. Havia a necessidade de se fazer algo diferente, pôr a mão na massa. Esse trabalho traz uma perspectiva de iniciação cientifica no ensino médio, o que repercute nos trabalhos. Fomos convidados para expor os projetos, dando oportunidade aos nossos alunos de serem reconhecidos e mostrar a produção científica da escola pública”, afirma o professor.
Quem participou do desenvolvimento do projeto foi o estudante Pedro Oliveira. Ele comemora o convite feito para a exposição e o reconhecimento do trabalho. “Levamos dois meses para fazer o guindaste e ver que as pessoas se interessam, participam da demonstração e ficam impressionadas pelo trabalho é muito gratificante. Eu sempre gostei de ver as pessoas montando as coisas, gostava de ver campeonatos de robôs seguidores de linha e, quando surgiu a proposta, fui tentar. Hoje estou aqui expondo o trabalho desenvolvido dentro da escola na universidade”, comemora o estudante.
Ciência no cotidiano – O engajamento dos estudantes da rede pública estadual em projetos de robótica e física é reconhecido pela coordenadora da ExpoFísica 2019, Professora Doutora Maria Tereza de Araújo. “É o terceiro ano que trazemos os estudantes para apresentarem os seus projetos. Muitas vezes a comunidade e os próprios estudantes não tem a noção da importância da ciência em suas vidas, essa é uma chance de conhecer e mostrar que eles podem fazer parte dessa produção científica. E fico muito feliz em ver o empenho dos estudantes que vai além da física e se torna cultura para os meninos”, declara Tereza.
Para o diretor do Centro de Ciência e Tecnologia (Cecite) da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Ednaldo Firmino, o evento oportuniza não só mostrar a produção científica das escolas estaduais, mas também propicia que os alunos tenham um contato prévio com o universo acadêmico. “É uma chance de expor a produção científica de nossas escolas, as quais desenvolvem trabalhos de alto nível e que refletem uma preocupação com o bem-estar da sociedade. A ExpoFísica também permitirá uma troca de experiências e será um espaço para pensar o futuro acadêmico”, pontua Ednaldo.