Projetos de duas escolas estaduais foram classificados para a etapa nacional do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

Tocantins

14.09.2023

Projetos de duas escolas da rede estadual foram classificados para a etapa nacional da 36ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. São eles o projeto Batuque, desenvolvido no Colégio Estadual de Cristalândia, e o projeto Resgate Cultural – Grupo de Dança Típica Jiquitaia, do Colégio Estadual Doutor Abner Pacini, de Almas.

O Prêmio Rodrigo Melo Franco, de caráter nacional, existe desde 1987 e tem por objetivo reconhecer as ações de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural Brasileiro, sendo observados itens como originalidade, relevância e caráter exemplar.

Neste ano, a Comissão do Prêmio disponibilizará o valor de R$ 300.000 e contemplará 12 ações, com o valor de R$ 25.000 cada. 

Os projetos passaram pelas etapas de habilitação, a estadual, e agora estão na fase nacional. A divulgação dos vencedores está marcada para ser anunciada no dia 11 de dezembro. 

“Eu parabenizo aos pensadores, aos executores destas iniciativas que já tinham projeção nacional, agora ganharam mais fôlego, respeitabilidade social e educacional pela efetividade da Lei nº 10.639/03 na rede estadual de educação”, ressaltou Deyze dos Anjos, técnica da Gerência de Mediação Escolar, Cultura de Paz e Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Educação. 

Batuque

O projeto Batuque está sendo realizado na escola há 19 anos, e além de ser uma referência para a instituição de ensino, está sendo uma importante ferramenta para a transformação do pensamento coletivo no município.

Júlia Rodrigues da Conceição, 16 anos, aluna da 2ª  série do ensino médio, explicou a importância do projeto Batuque para a escola. “Por meio dos estudos, palestras, seminários, eu passei a conhecer mais sobre a África, que é o berço da humanidade, uma cultura rica em diversidade, história e valores e que merece ser respeitada e celebrada. O projeto é importante porque passamos a ter conhecimento sobre o racismo, além de promover uma reflexão sobre o tema e isso causa um impacto grande em nossa vida. É um verdadeiro aprendizado para a vida”, ressaltou Júlia.

A estudante Thamires Ferreira da Silva Costa, 16 anos, da 2ª  série do ensino médio, comentou sobre o projeto. “Batuque é uma porta de aprendizagens sobre as raízes que formam a identidade brasileira e permite desconstruir preconceitos de forma clara, por meio do conhecimento, sendo assim, formando pessoas mais conscientes, íntegras e ativas na luta contra o racismo e a desigualdade racial”, frisou.

Esther de Freitas Ferreira, 17 anos, da 2ª série do ensino médio, também falou de suas aprendizagens. “Para mim é uma experiência maravilhosa, conseguimos aprender e debater sobre assuntos que são vistos, muitas vezes, com discriminação, com racismo e com preconceito. A palestra foi um momento para esclarecer dúvidas e para quebrar preconceitos que nós temos. Estudamos a história da África desde o século passado até os dias atuais”, comentou Esther.

A aluna Deborah Figueira Gomes, 17 anos, da 3ª série do ensino médio, também falou sobre o conhecimento adquirido. “O projeto busca nos ensinar um pouco sobre a cultura dos antepassados, suas lutas, conquistas e reflexos de tudo isso no nosso cotidiano. Temos muito aprendizado individual, mesmo trabalhando em grupo”, comentou. 

Neste ano, a escola realizou um seminário, com cinco temas: África, berço da humanidade; conexão África/Brasil (tráfico, escravidão e resistência); a campanha abolicionista; a influência cultural africana no Brasil e a situação de negros e negras no Brasil de hoje. As atividades relacionadas ao projeto prosseguem até o final do ano. 

Jiquitaia 

É um projeto que promove e valoriza a preservação do patrimônio cultural imaterial tocantinense, por meio de oficinas de dança. A Jiquitaia promove a expressão oral, o trabalho cooperado, e atua na autoestima, no respeito por si e pelo outro e amplia a capacidade de aprendizagens.

O grupo de dança Jiquitaia foi responsável por levar a cultura tocantinense para a França, no Ano Brasil na França com o espetáculo de súcia.  É um projeto que representa o orgulho de todos que trabalham na unidade escolar, por suas características e por ter levado o nome da escola para diversos lugares. 

O grupo teve uma participação no filme Ayrton – Meninices no coração do Brasil, em 2021, que conta a infância e adolescência do piloto no sudeste do Tocantins. O grupo de dança se apresenta em eventos culturais, escolares e feiras de agronegócios.

“A cultura sem dúvida deve estar presente no ambiente escolar, pois ela também faz parte do processo de ensino e de aprendizagem. Ela nutre, socializa e fornece ideias para um aprendizado mais eficiente”, afirmou a diretora Marizete Cardoso de Souza Freitas, do Colégio Estadual Doutor Abner Pacini. 

Joselia de Lima/Governo do Tocantins

Revisão Textual: Liliane Oliveira/Governo do Tocantins