Sergipe
19.02.2024Plantas medicinais do alto sertão sergipano, produção de tijolos da fibra do coco, purificação de água de barreiros à base de biopolímero do quiabo e projeto de engenharia agrícola para o sertão são alguns dos temas de projetos científicos de Sergipe finalistas na 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace 2024, um dos principais eventos do gênero do país.
Os projetos sergipanos serão apresentados na mostra presencial aberta ao público, que ocorrerá nos dias 20 e 21 de março, no Centro de Inovação da Universidade de São Paulo (Inova USP), em São Paulo. Na mostra, os projetos serão submetidos a uma comissão que avaliará os melhores projetos científicos do país. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 22, quando também será anunciado o ‘Professor Destaque – Febrace 2024’.
Paralelamente à mostra, a Febrace também disponibilizará aos participantes uma agenda de palestras e oficinas a partir do dia 18 de março. Os orientadores, co-orientadores e alunos cientistas finalistas também terão a oportunidade de participar de visitas monitoradas aos laboratórios, institutos e museus da USP.
São projetos finalistas o ‘Acendra - purificação de águas de barreiros à base de biopolímero extraído do quiabo’, desenvolvido no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, em Canindé de São Francisco, e no Colégio Estadual Rui Barbosa, em Aracaju; o ‘Agrosapiens: cultivando o amanhã, um campo de possibilidades’ e o ‘Farma-sertão: um estudo sobre plantas medicinais do alto sertão de Sergipe’, ambos desenvolvidos no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto; além do ‘Fibra de cocos nucifera: uma alternativa sustentável na produção em tijolos solocimento’, do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes, em Umbaúba.
Orientado pelo professor Makel Bruno e co-orientado por Alisson Souza da Cruz, egresso do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes, o ‘Fibra de cocos nucifera’ teve início como um projeto de iniciação científica na feira de ciências da escola de Umbaúba e tomou outras proporções ao repercutir como uma alternativa sustentável de produção de tijolos de baixo custo a partir da fibra do coco, que é bastante encontrada na região litorânea do Nordeste e normalmente seria descartada em local inapropriado.
“Participar da Febrace representa uma oportunidade única para destacar o trabalho árduo e inovador dos alunos cientistas. Os próximos passos envolvem a revisão minuciosa do projeto com eles, garantindo sua excelência e relevância. Além disso, é fundamental concluir a aplicação do questionário de opinião pública em comunidades tradicionais, visando a avaliar a aceitação dos tijolos”, destaca o professor Makel Bruno.
Ele também diz que, paralelamente à conclusão da pesquisa, planeja-se realizar oficinas nas comunidades, com o intuito de ensinar como produzir os tijolos. “Essas etapas são cruciais não apenas para fortalecer a pesquisa, mas também para ampliar o impacto social do projeto. Chegaremos à Universidade de São Paulo com novas informações aos avaliadores e vamos surpreendê-los, mostrando que nosso projeto já saiu do papel”, acrescenta o orientador.
A professora Lark Soany, do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, que participa de três projetos finalistas e já ficou entre os dez professores destaques da Febrace, comenta sobre a felicidade de levar Sergipe para mais uma edição da feira. “Trabalhamos duro durante o ano inteiro, e estar na Febrace é a sensação de que estamos no caminho certo. Ficamos muito ansiosos e empolgados para esta etapa. Os projetos selecionados são muito bons e têm um potencial gigantesco”, descreve.
Febrace
A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) é um programa de talentos em ciências e engenharia que estimula a cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil.
A grande mostra de projetos científicos e tecnológicos acontece desde 2003, na USP, contando com projetos de todo o país, desenvolvidos por estudantes e professores e apresentados em feiras afiliadas da Febrace, com temáticas relacionadas a ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática.
Projetos finalistas
Sergipe Acendra: purificação de águas de barreiros à base de biopolímero extraído do quiabo
Integrantes: Lucas Adib Nascimento Magalhães, Arthur Jorge Bezerra Sandes, Anne Gabriela de Freitas Almeida, Lark Soany Santos (orientação), Marisa Gomes Nobre (coorientação);
Colégio Estadual Rui Barbosa, Aracaju; Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, Canindé de São Francisco; Projeto da Feira Mineira de Iniciação Científica (Femic).
Agrosapiens: cultivando o amanhã, um campo de possibilidades
Integrantes: João Pedro da Silva, Francisco Patriota de Andrade Netto, Milton Mariano Monteiro, Alex Alves Cordeiro (orientação), Lark Soany Santos (coorientação);
Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, Canindé de São Francisco; Projeto da Mostra Cientifica de Inovação ,Tecnologia e Engenharia (Mocitepial).
Farma-sertão: um estudo sobre as plantas medicinais no alto sertão sergipano
Integrantes: Ana Clara Silva Almeida, Diógenes Felipe Rodrigues dos Santos, Lark Soany Santos (orientação), Marisa Gomes Nobre (coorientação);
Centro Estadual de Educação Profissional Dom José B. de Castro, Poço Redondo; Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, Canindé de São Francisco.
Fibra de cocos nucifera: uma alternativa sustentável na produção em tijolo de solocimento
Integrantes: Yan Kayk da Cruz Ferreira, Shaiana Lima Guimarães, Raquel de Souza Cruz, Makel Bruno Oliveira Santos (orientação), Alisson Souza da Cruz (coorientação);
Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes Viana, Umbaúba.