Projeto LiterArte desperta nos estudantes o interesse pela literatura indígena brasileira

Piaui

27.04.2023

Com o objetivo de promover o letramento literário de seus estudantes, trazendo a compreensão da literatura indígena brasileira como forma de afirmação cultural e identitária, o Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) João Henrique de Almeida Sousa, localizado na zona sul de Teresina, realizou nessa terça-feira (25) a abertura do projeto LiterArte, trabalhando a temática “Literatura de autoria indígena brasileira: resistência ao apagamento étnico".

Desenvolvido pela escola todos os anos, desde 2009, o LiterArte é um projeto de aplicação na área de Linguagens, com o intuito de estimular e incentivar a leitura e a escrita literária, bem como no fomento de outras competências artísticas dos alunos no Ensino Médio, uma vez que, exercita a valorização das mais diversas manifestações artísticas e culturais, estabelecidas nas competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Durante a abertura do projeto, foi promovida uma palestra ministrada pelo professor Historiador do Instituto Federal do Piauí (IFPI), Dr. João Paulo Peixoto, pesquisador da temática da cultura indígena no Piauí. “Este é um projeto carro chefe da escola, onde são realizadas atividades durante o ano todo, contribuindo muito para o desenvolvimento da leitura e escrita dos alunos, como também para o repertório cultural deles. O professor João Paulo foi convidado por já ter aprofundado os estudos dele nessa área da cultura indígena. Por meio de uma excelente aula, ele realizou um diálogo com os meninos, que puderam verdadeiramente interagir e conhecer um pouco mais da cultura indígena”, declara a gestora da escola, Djanira Alencar. 

Despertado pela redação do Enem 2022, “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, a escolha do tema norteador para o projeto permitirá o conhecimento sobre os povos originários, seus costumes, tradições, questões de identidade e políticas. Para a professora de Língua Portuguesa do centro educacional, Iúna Paiva, a literatura é instrumento potencial para formar culturalmente o indivíduo, revelando-se essencial no processo educativo, instaurando não só o hábito da leitura, como também fornecendo instrumentos necessários para a proficiência do mundo enquanto linguagem. “Este projeto se justifica por duas maneiras: inicialmente, porque, por meio do incentivo à leitura, promove o letramento literário no ambiente escolar; depois, por abordar temática da atualidade, oportuniza a reflexão crítica e subsidia os estudantes em processos diversos, estabelecendo relação entre as mais diversas áreas do conhecimento, como a exigida nas temáticas abordadas pela prova de redação do ENEM”, explica. 

Dessa maneira, o debate proporcionado pela leitura de textos de autoria indígena também promoverá debates multidisciplinares que perpassam a história do país, as vertentes literárias, cultural, política, bem como ensaiará metodologias ativas e estratégias de leitura para o alcance dos objetivos elencados. 

A aplicação do projeto promoverá aos 333 estudantes do Ensino Médio da instituição de ensino 10 atividades diversas, cuja duração será de oito meses (abril a novembro). Cada atividade atenderá a objetivos específicos que resultarão numa produção, seja ela artística, textual, musical, digital, entre outros tipos. Os alunos terão a participação avaliada pelos professores de Língua Portuguesa e padrinhos de turma em todas as atividades estabelecidas.

O Secretário da Educação, Washington Bandeira, recebeu lideranças quilombolas, indígenas e do movimento negro de vários lugares do Piauí para ouvir as temáticas para a valorização dos povos tradicionais e a promoção da igualdade racial, que são diretrizes expressas no Plano de Governo do governador Rafael Fonteles. “No que compete à Educação, fortaleceremos essas pautas por meio da implantação de escolas indígenas, quilombolas, adequação das diretrizes curriculares, formação de professores e gestores, desenvolvimento de projetos nas escolas, acesso ao Ensino Técnico e Profissional, alfabetização e Educação de Jovens e Adultos e inclusão digital”, completou.