Amazonas
02.07.2019A rotina do Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Maria Izabel Desterro e Silva, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), começou a mudar na última semana com a implementação do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e o “Escola Segura e Cidadã”. Os programas educacionais são resultado do trabalho conjunto das Secretarias de Estado de Educação (Seduc-AM) e de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Os projetos de prevenção à violência e às drogas foram ampliados além da capital, depois de uma reunião dos secretários de Educação, Luiz Castro, e de Segurança Pública, Louismar Bonates, com o corpo docente do Ceti, no último mês.
Durante a reunião, Luiz Castro salientou a demanda dos gestores da escola em atender a casos de alunos vulneráveis, que já tiveram algum tipo de envolvimento com drogas e precisam de apoio. “Os projetos auxiliarão no enfrentamento de situações como estas, visando garantir que os casos não se espalhem. Por isso, estamos alinhando nossas estratégias com a SSP-AM”, assinalou.
Segundo o secretário de Segurança Pública, neste momento, os programas educacionais são a melhor opção. “Todos esses programas têm apresentado resultados positivos e como, infelizmente, tivemos relatos de envolvimento de jovens da comunidade escolar com o tráfico, vamos priorizar evitar que novos casos surjam com as orientações necessárias vindo da escola também”.
Mudanças – O gestor interino do Ceti, professor Alan Sobreira, contou ter percebido mudanças positivas ainda na primeira semana de adaptação. “Os alunos estão mais respeitosos, compreendendo e integrando para si a valorização dos pais, professores, a escola e, principalmente, sua própria vida de estudante”, salientou.
Dentre as melhorias notadas pelo gestor estão uma maior disciplina em sala de aula, um ambiente escolar mais limpo e preservado, além do respeito dos alunos junto aos professores, dentro e fora da escola pública.
A sargenta Paula Nogueira, instrutora do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) há nove anos, explicou que as novas atitudes são resultado das orientações dadas aos estudantes sobre ações e consequências, tanto para o presente quanto para o futuro.
“Também demonstramos que bullying, por exemplo, é um tipo de violência que acarreta danos para todos, da vítima ao agressor. Estamos realizando o Curso Proerd do 7º ano e desenvolvendo responsabilidades, trabalhando a autoestima e explicando sobre melhorias na qualidade de vida a partir de escolhas corretas”, ressaltou.
No Amazonas, o Proerd foi implantado em 2002, inicialmente na cidade de Manaus e nos anos subsequentes, em parte dos municípios da Região Metropolitana e em municípios do arco de fronteira. O Proerd aplica técnicas centradas na resistência à pressão de grupos, no auxílio na tomada de decisões para dizer não às drogas, e no desenvolvimento de habilidades que levem à motivação.
Escola Segura e Cidadã – Outro projeto que iniciou na última semana é a ‘Escola Segura e Cidadã’, da 27ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), do Comando de Policiamento de Área Norte (CPA-Norte). A dupla responsável pelo projeto em Iranduba é composta pela 1ª sargenta Neuracy e o 2º sargento Erlândio.
“Aprimoramos os valores da escola, como respeito, disciplina, engajamento, ordem, hierarquia, organização nos estudos. Os estudantes que se destacam, em cada uma das 22 salas do Ceti, viram líderes e responsáveis pela classe identificando, inclusive, problemas de infraestrutura que podem ocorrer”, afirmou a 1ª sargenta Neuracy.
O programa “Escola Cidadã e Segura” está em Manaus alcançando mais de 9 mil estudantes, sendo coordenado pelo Comando de Policiamento de Área Norte (CPA-Norte). De acordo com o secretário Luiz Castro, a metodologia de estímulos positivos aos estudantes se expandirá para outros municípios, primeiramente na Região Metropolitana.
FOTOS: Cleudilon Passarinho/Seduc-AM