Educação
26.10.2020Com cerimônia marcada para esta sexta-feira, 23 de outubro, às 18h, o Prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho reconhecerá estudantes de Ensino Fundamental e Ensino Médio que receberam medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep) de 2019. Foram escolhidos seis adolescentes, sendo três do Ensino Fundamental e três do Médio, para receber a honraria, que busca estimular o desenvolvimento de talentos e motivar o aprendizado nas áreas de Ciência e Tecnologia.
O prêmio é uma ação do projeto Educar para Inovar, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e a Secretaria de Educação (Seduc). Nesta reportagem, conheça um pouco sobre os três premiados do Ensino Médio.
Participações em olimpíadas desde 2013
Lucas Klement Reinehr tem 19 anos e, hoje, faz faculdade de Engenharia na UFRGS. Ele participou de todas as Olimpíadas de Matemática realizadas desde 2013, quando o estudante estava no 7º ano, até 2019, quando concluiu o Ensino Médio, na Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, em Novo Hamburgo. “Era um evento que eu esperava com antecipação todos os anos e sempre gostei de participar”, destaca.
O jovem conta que seu interesse por Matemática aumentou quando ele começou a participar de olimpíadas e de cursos do Programa de Iniciação Científica do CNPq, disponibilizados para os medalhistas. As disciplinas favoritas de Lucas sempre envolvem Matemática: Física, Algoritmos, entre outras.
Sobre o Prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho, o agora universitário destaca que o reconhecimento foi uma surpresa. “Eu não sabia que estavam desenvolvendo esse prêmio até ser chamado”, comenta.
Olimpíadas foram divisor de águas
Felipe Giehl tem 16 anos e cursa o 2º ano do Ensino Médio na Escola Monsenhor José Becker, de Bom Princípio. Apesar de sempre ter gostado de Matemática, o divisor de águas, para ele, foi quando começou a participar de olimpíadas, no 6º ano. “Naquele momento, eu busquei estudar cada vez mais e mais, para alcançar bons resultados nas olimpíadas, e isso me proporcionou descobrir a Matemática real, de fato, que vai além daquela estudada na escola”, ressalta.
O adolescente comemorou o reconhecimento oferecido no Prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho e revelou que pretende se desenvolver na área da pesquisa, especificamente em Matemática, e seguir carreira como oficial do Exército, onde poderá aplicar seu conhecimento com os números. “É muito bom ver que áreas como Matemática, que muitas vezes são deixadas de lado pelas pessoas, ultimamente estão sendo reconhecidas pelo público em geral”, observa.
Na vida de Felipe, os estudos mudaram sua visão sobre o futuro e lhe abriram muitas portas. “Participei de programas de ensino de Matemática, vivenciei diversas viagens e também pude conhecer outras pessoas desse ramo, que me ensinaram bastante.”
Desde 2014 ganhando medalhas
Vanessa Berwanger Wille tem 18 anos e cursa o 3º ano do Ensino Médio na Escola Nossa Senhora da Purificação, em Nova Candelária. Sua participação em olimpíadas começou em 2014, quando estava no 6º ano, a partir de seus irmãos, que foram medalhistas de bronze nas competições. Desde então, participou em todos os anos – no 6º ano recebeu menção honrosa, no 7º ganhou medalha de ouro, no 9º ano duas medalhas de prata, no 1º ano do Ensino Médio uma medalha de bronze e, no 2º ano, medalha de ouro novamente.
Para se preparar para cada edição da competição, Vanessa revisava o conteúdo e analisava provas antigas da Obmep, para entender sua estrutura e seus tipos de questões. Ressalta que sempre gostou de Matemática e reconhece que, em sua casa, todos sempre tiveram facilidade com essa disciplina. “Pretendo trabalhar nessa área, em algo envolvendo Matemática, Tecnologia”, cita.
A estudante conta que ficou muito feliz por receber o Prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho e que acredita que este reconhecimento pode ser um incentivo para que mais meninas se dediquem à área científica. “Quando eu viajei para a cerimônia nacional, no Rio de Janeiro, só tinha meninos, e no encontro do Programa de Iniciação Científica, em Florianópolis, também. Espero que este prêmio seja um incentivo para que as meninas se familiarizem mais com essa área e saibam que podem ir além”, destaca.
Na opinião da jovem, os estudos são o que faz uma pessoa evoluir. “Eles já me trouxeram oportunidades muito grandes, de viajar para fora do Estado, conhecer alunos de diferentes lugares do país, e isso eu vou levar para o resto da minha vida”, resume.
Prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho
A cerimônia virtual de premiação será transmitida pela página da Sict, no Facebook, e vai contar com a participação do secretário da pasta, Luís Lamb, do secretário de Educação, Faisal Karam, e do diretor-presidente da Fapergs e presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Odir Dellagostin. Também estarão presentes as convidadas especiais Juliana Estradioto, jovem pesquisadora, e Mariana Bigolin, agraciada na edição de 2019 do prêmio e atualmente estudante na Universidade de Stanford, que contarão suas trajetórias acadêmicas, além da professora e mentora Flávia Twardowski, que vai compartilhar a sua experiência na área.
O evento integra o Prêmio Pesquisador Gaúcho 2020, que faz parte da programação da Sict no Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Essa e as outras transmissões também estarão disponíveis no Facebook e no canal no YouTube da Fapergs.