RS
11.10.2021Segundo dados de 2020 da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, sigla em inglês) o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo. Com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos novos casos por câncer em mulheres, essa é a causa mais frequente de morte por câncer entre elas, com 684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5%). Em alusão ao Outubro Rosa, mês de luta contra o câncer, professoras e servidoras da rede estadual de Educação contaram através de depoimentos as suas histórias de enfrentamento à doença. Elas são as “vitoriosas da Seduc” e podem falar, com orgulho, "eu venci!".
A diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Moises Viana (Santana do Livramento), Carla Civeira, 52 anos, descobriu o câncer de mama há oito anos, em um exame de rotina. Ela precisou fazer mastectomia e reconstrução das mamas, o que levou a um período de oito meses de tratamento. “Eu sempre dizia que eu tinha uma doença, mas que não ficaria doente. Eu tinha certeza de que Deus estava comigo e que iria tirar essa doença de mim. O que me dava força eram as mensagens e os telefonemas recebidos por pessoas queridas”, destaca.
A vice-diretora Elaine Cristina Carrión Antunes, também da Escola Moises Viana, descobriu o tumor em dezembro de 2014, com 40 anos, através do toque, ao fazer o autoexame. “É avassalador descobrir um diagnóstico de câncer de mama. Pensava muito na minha filha. A princípio foi assustador, mas com o apoio da família fui criando coragem para enfrentar esta batalha”, explicou ela, que ficou afastada aproximadamente 10 meses do trabalho em função do tratamento completo. Depois de seis meses de radioterapia, ela fez a reconstrução das mamas.
A professora de português da EEEM Frei Veloso (Gravataí), Fabíola Wolff Ramos, 47, começou a sentir uma pequena dor no seio esquerdo em outubro do ano passado. Em meio a exames, mamografias e consultas, no dia 15 de abril deste ano passou pela primeira cirurgia, uma mastectomia radical para retirada da mama esquerda. No mesmo procedimento, o médico fez a reconstrução da mama com uma prótese, mas o procedimento não deu certo. No dia 20 de maio teve que fazer novamente, onde foi colocado um extensor para dar espaço na pele. Ela conta que não precisou fazer quimioterapia e radioterapia porque tudo aconteceu rapidamente. “Foi muito ligeiro. Descobri e fui imediatamente para a mesa de cirurgia. O que me ajudou foi um procedimento novo, oxigenoterapia, para uma boa cicatrização”, relata. Segundo Fabíola, ela não precisou parar de trabalhar durante esse período. Todo o tempo que esteve fazendo o tratamento, consultas e cirurgias, somente parou no momento da anestesia. “Fiquei atendendo os meus alunos. Isso preencheu a minha vida e a minha cabeça. Eu não precisei parar e isso me fez muito bem”, pontua.
A professora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Edi Lippert (Santo Ângelo), Lorilei Lorenzoni, 59, identificou o câncer de mama através do autoexame em 2009. “Fiz cinco sessões de quimioterapia antes de fazer a cirurgia de retirada da mama. Após a retirada fiz mais uma sessão. Hoje estou totalmente curada. Feliz da vida e agradecida a Deus. O tratamento foi difícil, caiu todo o meu cabelo e unhas, mas com o apoio de todos, eu venci o câncer”, comemora.
A agente educacional da Escola Estadual Técnica José Cañellas, 54, (Frederico Westphalen), Maristela Friedrich Cocco, foi diagnosticada com câncer de mama em junho de 2018. Ela precisou fazer internações, cirurgias, quimioterapias e radioterapias. “Com o apoio da minha família e amigos, eu venci. Eles me incentivaram a ir em frente. Largaram de tudo e todos para ficarem comigo. Não faltou amor”, conta.
Dados sobre o câncer de mama
Conforme o IARC, no Brasil, o câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões. As taxas mais superiores são nas regiões Sul e Sudeste e a menor é observada na região Norte.
Em 2021, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) se estima que ocorrerão 66.280 casos novos da doença, o que equivale a uma taxa de ocorrência de 43,74 casos por 100.000 mulheres.
O INCA salienta que a incidência do câncer de mama tende a crescer a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por ele.
Previna-se
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Sociedade Brasileira de Radiologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam que mulheres a partir dos 40 anos façam mamografias anuais. Mulheres que têm histórico da enfermidade na família devem fazer mamografias anuais a partir de 10 anos antes da idade que a familiar desenvolveu a doença.
A prevenção, a partir da adoção de hábitos saudáveis, e a ida regular ao ginecologista são atitudes complementares no enfrentamento ao câncer de mama. Normalmente, o tratamento do câncer de mama envolve cirurgia, em algum momento, e é complementado por quimioterapia, radioterapia ou tipos especiais de hormônios.