Médicos orientam escola de Sergipe quanto à retomada das aulas presenciais

Sergipe

12.11.2020

O Centro de Excelência Dr. João de Melo Prado, localizado no município de Divina Pastora, está se aprofundando nos conhecimentos científicos para assegurar uma retomada das aulas presenciais de maneira tranquila. Por isso, na tarde desta quarta-feira, 11, realizou um encontro por meio do Google Meet, com a participação de dois médicos que atuam no serviço de saúde pública e privada de Sergipe. Eles discorreram sobre orientações sanitárias mediante o retorno às salas de aula na Rede Pública Estadual de Educação. 

Vanessa Rasia Pruss é médica clínica e há 16 anos se dedica à Medicina. Atua no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), na UTI São Lucas e na UTI Unimed, em grande parte com os casos de Covid-19. Vanessa também desempenha esforços no atendimento oncológico. Rubens Carvalho atende no povoado Areia Branca, em Aracaju, no Posto de Saúde João Bezerra, também há 16 anos. Ele atuou no Monitora Covid, orientando a distância os pacientes que apresentam sintomas e que estão em isolamento. 

Para Shirley da Anunciação, diretora da unidade escolar, mediadora do bate-papo, o momento com os médicos é importante para dirimir as dúvidas e realizar um retorno mais seguro para todos, sejam estudantes, professores e outros colaboradores. Ainda assim enfatiza que o retorno depende da decisão de mães, pais ou responsáveis. “A decisão é das famílias, ninguém é obrigado a voltar para a escola. Temos uma portaria que garante 100% de aulas online. Aluno e família podem decidir, porém estamos fazendo tudo que for necessário para receber os alunos”, disse. 

O histórico apresentado pela médica clínica situou os estudantes presentes no encontro sobre como e quando um vírus letal se tornou presente em todos os continentes do mundo. O primeiro caso conhecido de SARS-CoV-2 aconteceu em 2013. Esse é um tipo de coronavírus descoberto na China, depois de décadas do descobrimento da família de um vírus que causa infecções respiratórias desde a década de 1930. Porém, a contaminação acontecia somente em animais e não em humanos. Com o tempo, a mutação do vírus se tornou uma potente aliada para a contaminação em humanos, espalhando o vírus rapidamente.

É a segunda vez que a Dra. Vanessa passa por uma pandemia, a primeira ocorreu em 2009, com uma variante da gripe suína, a H1N1, cujos primeiros casos aconteceram no México e se espalharam pelo mundo inteiro. Agora, a médica se adapta a um novo cenário onde o coronavírus mudou a rotina dos hospitais há cerca de 8 meses. No entanto, Vanessa lembra que a letalidade do coronavírus é muito maior do que foi a H1N1 e alerta a população de que por mais que o pior aparenta ter passado, há indícios de que uma nova onda de contaminação acometa o planeta mais uma vez. “Tenho amigos nos EUA e lá tudo indica que o sistema de saúde vai colapsar de novo. Depois de 8 meses nós vamos aprender a conviver com a doença já que ela não foi combatida lá na frente”, disse. 

Depois de 160 mil brasileiros mortos durante a pandemia de Covid-19, o médico Rubens Carvalho enfatiza a necessidade individual e coletiva de convivência com a doença, assim como é possível com outros tipos de enfermidades já controladas, sobretudo agora em que as aulas voltarão na modalidade presencial e híbrida. “Não temos nenhuma garantia e nem uma fórmula mágica para ter a imunidade contra o coronavírus”, disse, desmentindo a ideia de que se uma pessoa foi contaminada uma vez não terá a doença novamente. 

Na ocasião, os médicos também orientaram os estudantes, professores e equipe gestora a respeito de medidas a serem tomadas pela unidade escolar e também pelo estudante caso apresente sintomas de Covid-19. “Se você tem suspeita de covid, terá que conversar com a coordenação ou direção da escola para comunicar e tomar os cuidados necessários e não contaminar as outras pessoas”, alertou Rubens. O momento também serviu para que os estudantes tirassem as dúvidas sobre o vírus e a doença. 

A aluna Alexa Mendonça questionou se quando a pessoa é contaminada por Covid-19 pode desenvolver anticorpos. Os médicos responderam prontamente que não, não há imunidade efetiva para o coronavírus. Outra dúvida foi do aluno Cristhofy Roberth, ele perguntou se diabéticos podem ter covid e não apresentar qualquer tipo de sintomas. A resposta é sim, é possível pessoas com comorbidade não apresentar sintomas ou apresentar na forma leve, embora em todos os casos o vírus pode permanecer no organismo durante 3 meses. A dúvida da professora Lívia Freitas foi se pessoas asmáticas devem evitar a escola. Dr. Rubens indica que não pelo fato de existirem vários tipos de asma, “então se você que tem a doença se sente bem e pode estar na escola deve ir sim”, informou.