Inovação e Tecnologia
10.03.2020Incentivar a participação feminina nas ciências exatas e iniciação científica é uma das metas do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Para impulsionar esta prática, o órgão promoveu a entrega de quatro kits com impressora 3D e equipamentos para utilização em mecatrônica e robótica para quatro unidades de ensino. As escolas beneficiadas –Juvenal Lopes Ferreira de Omena, de Branquinha; Professor Afrânio Lages, de Maceió; Judith Nascimento da Silva, de Messias e Professora Edleuza Oliveira da Silva, de São Miguel dos Campos - fazem parte do Programa Meninas em STEM, que busca, por meio de projetos e atividades práticas, atrair mais meninas para as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (tradução da sigla inglesa STEM – Science, Technology, Engineering and Mathematics).
Tudo começou com um trabalho desenvolvido junto à embaixada americana e USP, que promovem o seminário STEM TechCamp no Brasil. E foi neste evento, em 2018, durante uma semana de imersão em STEM, que Alagoas criou o projeto do Meninas em STEM. O mesmo foi inscrito em um edital que trazia o propósito de desenvolver atividades educativas e foi aprovado. Com os recursos adquiridos com o projeto, foi possível a compra dos kits para que as meninas experimentassem a criação.
Para a secretária-executiva da Educação, Laura Souza, a entrega do equipamento para as escolas será primordial para o desenvolvimento de habilidades das meninas que participam do programa. “A Seduc acredita nas nossas meninas, queremos que vocês sejam protagonistas. O objetivo é que o uso deste equipamento incentive outras escolas e outras meninas a se interessarem pela ciência. Que este grupo possa incentivar outras meninas e ajudar a espalhar esse conhecimento. A escola vai abrir um mundo de oportunidade para vocês, e, por meio do estudo, o potencial será elevado”, declarou a secretária durante a solenidade de entrega das impressoras, realizada no Espaçode Formação e Experimentação em Tecnologias para Professores EFEX, localizado no Cepa.
O coordenador do programa, Ednaldo Firmino, conta que a iniciativa visa inspirar as jovens a ingressarem em cursos de engenharia e criação após a conclusão do ensino médio. “Com o Kit, elas poderão trabalhar com impressora 3D, programação e robótica, kit arduíno e mesa digitalizadora onde atuar com gamificação. Desejamos expandir o número de meninas participantes do projeto e, com os ateliês pedagógicos, que poderão utilizar esse modelo de aprendizagem, tentaremos incentivar e orientar outras escolas a realizarem o projeto”, reiterou o coordenador.
Oportunidades – Estudantes e professores participantes do projeto comemoraram a entrega dos kits.
Da Escola Estadual Judith Nascimento, a estudante Karolynna Nascimento disse que, antes do projeto, não tinha interesse pela área de tecnologia. Tudo mudou quando seu professor Marbyo José da Silva, de Biologia, iniciou as atividades na escola. “É muito gratificante receber um equipamento como este na escola, será uma oportunidade de desenvolver e executar novos projetos”, disse a estudante. “Um equipamento como este garante um contato maior com as tecnologias que existem hoje. Isso abre portas para que elas possam evoluir ainda mais”, explicou o professor Marbyo.
Da Escola Estadual Juvenal Lopes, a estudante Kallany Lourrana da Silva também percebeu a sua evolução com a participação no programa. “O meu conhecimento evoluiu bastante, passamos a aprender muita coisa. Receber esse kit hoje é muito gratificante, ele vai contribuir muito para o nosso desenvolvimento”, afirmou a jovem.
Seu professor Adson Terto, que leciona Física, pensa da mesma forma. “Esse material, que está sendo entregue hoje, vai abrir novas oportunidades de engajamento nas áreas tecnológicas. O projeto quebrou essa concepção de que meninas não gostam de exatas”, contou o professor.
Rompendo barreiras – Para Emily Ranielly, da Escola Estadual Afrânio Lages, o programa possibilita às meninas o desenvolvimento ainda maior de seu potencial para a ciência e tecnologia. “O programa é uma oportunidade para nós, mulheres, mostrarmos que podemos atuar em qualquer setor. Eu mesma vim para a Escola Afrânio Lages por conta das aulas de robótica”, relatou a estudante.
Para o seu professor de Física, Marcos André, a utilização do material vai contribuir para a assimilação do conteúdo teórico da disciplina. “Esse material vai possibilitar a realização de uma gama de projetos que vão da confecção de assessório à aplicação na robótica”, pontuou.
Da Escola Estadual Professora Edleuza Oliveira, a estudante Mikaele Karla, acredita que a metodologia prática contribuiu para aproximação das meninas. “Por meio do Meninas em STEM, tivemos um contato maior com meninas que gostam de matemática, tecnologia e engenharia. Receber este kit é incrível e vai possibilitar novos projetos”, apostou.
O professor de Química e orientador do projeto na escola, Carlos Wilker Teixeira, também aponta os benefícios práticos do Meninas em STEM. “O programa tem atraído cada vez mais meninas e essa paradigma de que ciências é coisa de homem está acabando. Quando levamos as alunas para o laboratório, elas percebem que, o que foi visto na sala de aula, é utilizado na prática”, destacou o professor.