Rondônia
15.12.2017O Instituto de Educação Estadual Carmela Dutra é um senhora escola que completará 70 anos no dia 19. Uma instituição que se reinventou ao longo dos anos, deixou de ser escola de magistério e passou ofertar ensino do Fundamental ao Médio desde 2001 e caminha para se tornar referência em Ensino Médio integral. Ao longo dessas décadas marcou a história de muita gente que se reuniram na quinta-feira (14), para o Encontro das Gerações.
Ao todo 25 pessoas serão homenageadas entre servidores antigos e ex-alunos. A comemoração será realizada no auditório da escola e um mural foi preparado para valorizar aqueles que tanto contribuíram para a história do Carmela Dutra. A diretora Vera Lúcia Borges da Silva de Lima e o vice-diretor Sandro Silveira à frente da escola desde 2012 destacam os últimos anos foram marcados por investimentos e pelo olhar diferenciado para a educação.
‘‘Melhoramos a nossa estrutura. Reformamos o ginásio, auditório, cozinha e desenvolvemos muitos projetos com os alunos. Inclusive os alunos que concluem o Ensino Médio saem com muita saudade’’, disse Vera. Atualmente a escola conta com cerca de dois mil alunos do 7º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio distribuídos em 25 salas de aula. Já para 2018, o 7º ano será eliminado.
A ideia é que gradativamente o Carmela se torne uma escola de Ensino Médio e de ensino integral. ‘‘O Carmela Dutra é uma referência no Estado de Rondônia por ter como objetivo maior a qualidade de ensino. Temos uma equipe de professores que tem trabalhado para isso’’, afirma a diretora. No local também tem laboratório de química, sala de informática, sala multimídia e biblioteca.
O momento agora é resgatar a posição de destaque na educação de Rondônia. ‘‘O Carmela Dutra sempre teve essa responsabilidade. Quando era escola magistério rendia-se muito porque era um aluno diferenciado, gente que tinha aptidão para ser professor. Com o passar do tempo nos tornamos escola de Ensino Fundamental e Médio e passou a ter dificuldade de alcançar bons indicadores e essa é a preocupação da nossa gestão. Estamos preocupados em ser orgulho do Estado. Que volte a ser a Carmela Dutra, grande e poderosa e que seja referência para as demais escolas do Estado’’, afirma Sandro.
Para isso foi preciso mudar o olhar para o aprendizado nos últimos anos. “O grande marco nosso foi transformar essa escola que era estritamente conteudista para uma escola mais humanista. Nós tiramos nossos alunos de sala de aula. Os projetos são desenvolvidos na parte externa e até fora da escola. O que faz com que os alunos vivencie aquilo que teoricamente era só uma letra no quadro. A adaptação do aluno ao conteúdo se tornou mais fácil’’, garante Sandro.
Para Vera e Sandro, a educação recebeu uma atenção especial na gestão do governador Confúcio Moura. ‘‘Depois de Jorge Teixeira, ninguém investiu tanto em educação, que é a base de toda a sociedade, como o governador Confúcio Moura. A escola que não progrediu neste governo é porque realmente faltou gestão porque não falou dinheiro, não faltou apoio da Coordenadoria Regional de Educação, não faltou trabalho pedagógico com a Secretaria de Educação. Só não fez quem não quis’’, afirma o vice-diretor.
A trajetória do vice-diretor Sandro Silveira com a escola é longa. Ele está há 32 anos no Carmela Dutra e começou como professor de Educação Física. ‘‘Eu vivenciei isso aqui intensamente primeiro como professor tendo muito contato com os alunos e depois como gestor eu vi o outro lado, mais burocrático, mas que abriu a oportunidade de fazer um trabalho mais direcionado. Hoje nós temos a família presente na escola, alunos que choram quando tem que despedir da escola e professores que choram quando esses alunos se vão. É uma cumplicidade muito grande’’, conta com orgulho.
“Depois de Jorge Teixeira, ninguém investiu tanto em educação, que é a base de toda a sociedade, como o governador Confúcio Moura” – Sandro Silveira, vice-diretor do Instituto Carmela Dutra
A história da diretora Vera com a escola começa ainda quando o Carmela Dutra ainda era uma escola voltada para a formação de educadores. ‘‘No inicio foi muito difícil, morava em um bairro muito longe da escola. Andava muito a pé até encontrar um ponto de ônibus, pisava muito em lama. Chegava tinha que lavar os pés porque na época os estudantes tinham que estar com os sapatos limpinhos, meia branquinha, saia abaixo do joelho e eu tinha amor em vestir o uniforme do Carmela Dutra’’, recorda a ex-aluna.
Ela terminou o curso de magistério em 1990 e a partir dai passou a trabalhar em várias escolas do Estado. Anos depois surge o convite para a gestão do Carmela, uma missão desafiadora. ‘‘No início eu fiquei com medo. Eu estava na direção de uma escola com oito salas só, mas ao mesmo tempo eu acreditei muito na força que Deus me dá e decidi mostrar o que eu podia fazer pela escola e desde então tenho me dedicado. Durmo e acordo pensando em novos projetos para a escola’’, conta.
A nova geração de estudantes também demostram gratidão pelo Carmela Dutra. É o caso de Robson Henrique Brandão Chaves, 17 anos, do 9º ano do Ensino Fundamental. ‘‘Os meus pais estudaram aqui, minha avó foi professora, outros familiares e amigos sempre falavam bem daqui, então eu quis vim para cá. Estou aqui desde o ano passado, é uma ótima escola, a direção nos ajuda muito, são sempre atenciosos, não tem nem comparação com a escola anterior, pretendo ficar até o terceiro ano e indico para outros estudantes’’, disse Robson.
A escola que atravessou décadas, encarou desafios, tem superado obstáculos, formou milhares de pessoas chega aos 70 anos e reafirma seu legado: avançar na construção de um educação que seja referência em Rondônia.