Distrito Federal
09.04.2021Competições acadêmicas estimulam estudantes da rede pública a transformarem suas vidas na vida adulta
Luísa Abreu ingressou no universo científico participando das Olimpíadas Científicas. Hoje, está concluindo o curso de Medicina | Foto: Robson Dantas, Ascom/SEEDF
“Você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui”. Esses versos fazem parte da canção A Estrada, sucesso da banda carioca Cidade Negra. Eles traduzem com propriedade a jornada da universitária Luísa Abreu. “Estudei no Centro de Ensino Médio 09 de Ceilândia e comecei a participar das Olimpíadas Científicas porque meus professores incentivavam muito e acreditavam em nossa capacidade de superar os desafios”, relembra. O esforço foi recompensado pelas sucessivas vitórias nas competições e, após o ensino médio, na aprovação na faculdade de Medicina, na Escola Superior de Ciências da Saúde.
“A participação nas competições fez toda a diferença nas minhas escolhas acadêmicas. Ao longo da minha trajetória também tive a oportunidade de estabelecer relações com outras pessoas com os mesmos interesses e isso contribuiu para expandir meu universo”, afirma.
O podcast EducaDF desta semana aborda o universo das Olimpíadas Científicas. O talento dos estudantes das escolas públicas tem sido reconhecido pelas sucessivas vitórias nas competições. Confira o podcast nas plataformas de áudio.
Paixão pela Ciência
Alessandra Lisboa é a gerente do Programa Olimpíadas Científicas (PrOCien) da Secretaria de Educação. Sua jornada profissional se confunde com a dos estudantes que acompanhou diariamente durante 12 anos em escolas públicas da Ceilândia. “Acompanho as conquistas deles. Em todos esses anos tenho visto jovens se encantando com o poder transformador da educação oportunizado pelas atividades desenvolvidas. Participar de uma Olimpíada Científica não se resume a fazer provas”, explica.
Com a pandemia, as competições têm sido realizadas de forma on-line e o PrOCien permanece incentivando a participação dos estudantes das escolas públicas. Ainda de acordo com a gerente, “a premissa é o despertar de talentos, colaborar com as aprendizagens, itinerários formativos e desenvolvimento dos estudantes”, enfatiza.A professora constatou que a ampliação da jornada escolar estimula o protagonismo dos jovens. “Conquistamos muitas premiações e tenho constatado que o protagonismo fortalece os projetos de vida dos estudantes. Há alunos que conheceram outros países como os Estados Unidos, a França e a Índia. Há outro estudante que hoje mora na Coreia do Sul. Além disso, tivemos centenas de aprovações em universidades públicas. Na graduação, a experiência deles nas Olimpíadas possibilitou o ingresso em projetos científicos remunerados”, destaca Alessandra.
A Jornada do Herói
O estudante Igor Magri representou o Brasil na Índia, em 2012, quando era estudante do Centro de Ensino Médio 09 de Ceilândia. Astronomia, Astronáutica, Robótica, Oceanografia, História, Geografia, Matemática e Física são algumas das Olimpíadas científicas que ele participou. “Não foram meras competições, mas momentos de aprendizagem e de superação pessoal. Por meio delas conheci mundos que eu não conhecia. Devo muito às Olimpíadas pelas minhas conquistas”, enfatiza Igor.
Quando concluiu o ensino médio, o estudante ingressou no curso de Relações Internacionais. Por meio de um convênio da universidade, ele apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na França. Durante a apresentação fez questão de vestir a camiseta idealizada pela escola para uma das competições científicas. “Quis mostrar que cheguei àquele momento por conta do apoio que tive durante a minha caminhada acadêmica”, destaca.
Por Aldenora Moraes, da Ascom/SEEDF