Bahia
05.09.2019“A valorização do estudante transforma a educação”. Foi com estas palavras que a estudante e monitora escolar voluntária Estefany Santos, 16 anos, do Centro Estadual de Educação Profissional em Tecnologia da Informação e Comunicação (CEEP- TIC), em Lauro de Freitas, definiu o lançamento, do projeto do Governo do Estado da Bahia, Mais Estudo, no auditório da Secretaria da Educação do Estado. A iniciativa vai ofertar 7.400 vagas com planejamento para chegar a 10 mil nas escolas estaduais. Com o projeto, os estudantes com bom desempenho irão ajudar os colegas, por meio de monitoria nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Com um investimento de R$ 4,5 milhões, os monitores receberão um auxílio mensal de R$ 200,00 por três meses, e terão o acompanhamento de professores supervisores e dos coordenadores pedagógicos. Podem participar alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, do 1, 2 e 3º ano do Ensino Médio e da Educação Profissional. “Nas próximas duas semanas, nós vamos chamar 10 mil monitores para que eles possam, até o mês de dezembro, ajudar no reforço escolar e na aprendizagem dos outros alunos. É um verdadeiro batalhão de jovens. Esse projeto vai alcançar 100% da rede estadual”, afirmou o governador Rui Costa que recebeu um certificado por uma aula de Matemática que ele ministrou no projeto de Monitoria do CEEP TIC, em março, deste ano.
O secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, explicou como funcionará a dinâmica do projeto. “Os estudantes que tiverem desempenho acima de oito serão pré-selecionados, e, quando selecionados, ministrarão aulas para todos os alunos que quiserem estudar, desde aquele que tenha alguma dificuldade ou quem queira participar. Será uma carga horária semanal de oito horas, sendo que duas horas serão destinadas para ele se preparar com uma orientação pedagógica com professores de Português e de Matemática, e nas seis horas, eles vão para a sala de aula para fazer exercícios e revisões. Para o ano letivo de 2020, a ideia é ampliar o número de disciplinas para monitoramento”, contou.
Segundo Estefany Santos, que fez um depoimento emocionado, a monitoria escolar abre novas perspectivas para os estudantes. “Claro que ter o reconhecimento da remuneração é importante, mas podermos ajudar os nossos colegas que são, na maioria de baixa renda, é ajudar a mudar a realidade deles. Meu sonho é poder contribuir para melhorar o local onde eu cresci, e ver esse projeto chegando a todas as escolas da rede estadual vai possibilitar que outros monitores possam fazer o mesmo por seus colegas”, disse.
O estudante do 2º ano Paulo Souza, 18, do Colégio Estadual Azevedo Fernandes, no Pelourinho, falou da expectativa de se inscrever no projeto. “Eu acho interessante porque os muitos alunos se sentem mais à vontade com um colega. E para os monitores é um aprendizado porque temos que estar conhecendo bem o assunto e praticando docência”, ressaltou.
A coordenadora pedagógica, Iraneides Carvalho, do Colégio Estadual Ministro Eleomar Baleeiro, no Imbuí, destacou a importância da iniciativa. “Paulo Freire já dizia que o homem se educa na relação com o outro, e quando o aluno é valorizado ele tende a crescer. Isso vai ajudar bastante na aprendizagem melhorando o desempenho na escola”, afirmou.