Estudantes pesquisam hábito alimentar das mulheres em Vitória da Conquista durante isolamento social

Bahia

09.11.2020

Quatro estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) em Saúde Adélia Teixeira, em Vitória da Conquista, realizaram uma pesquisa sobre os efeitos do isolamento social, decorrente do novo Coronavírus, na rotina e no comportamento alimentar das mulheres do município. Os resultados surpreenderam e mostraram como sentimentos, a exemplo da ansiedade e do estresse, influenciaram nos hábitos alimentares das conquistenses.

A pesquisa, realizada on-line pelos estudantes Samuel Teixeira, Zildenir Morais, Rosivaldo da Cruz e Antônio Marcos, foi orientada pela professora Aline Matos e contou com a participação de 209 mulheres, com idade entre 18 a 60 anos. Do total das entrevistadas, 55% admitiram mudanças em suas rotinas alimentares, sendo que 32% notaram mudanças positivas, por terem mais tempo para preparar os alimentos, e 20%  estão se alimentando pior, por não conseguirem se adaptar à rotina.

Além disto, os estudantes identificaram que 72% têm medo de ganhar peso e 37%  sentem culpa após se alimentarem. Metade das mulheres aumentaram o consumo de industrializados e, ao serem questionadas sobre os sentimentos que mais influenciaram, 52% apontaram a ansiedade; 13%, o estresse; e 2%, a depressão. “É um número alto, levando-se em conta o contexto histórico causado pela pandemia, que já ocasiona uma gama de sentimentos e sensações negativas”, explicou a orientadora do projeto, que é professora da rede estadual, licenciada em Biologia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), com mestrado e doutorado em Botânica pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

A pesquisa, que serviu como parte do trabalho de conclusão do curso técnico de nível médio em Nutrição e Dietética dos estudantes, gerou um artigo, aceito para publicação no I Simpósio Nacional sobre Inovação em Engenharia e Ciência de Alimentos. Samuel Teixeira disse que o trabalho mudou a sua visão sobre a importância da publicação científica. “Começamos a produzir o artigo no início da quarentena. Tendo em vista que nosso curso era o de técnico em Nutrição, buscamos relacionar os conteúdos com a crise sanitária e surgiu a ideia. Foi uma experiência muito boa. Antes da pesquisa, não tinha noção da importância de escrever e publicar artigos. O trabalho motivou a pesquisar, ler e escrever sobre o tema, que pode contribuir para a sociedade”, afirmou.

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