Documentário
08.06.2016Estudantes da rede estadual de ensino com deficiência que irão representar a Bahia nas Paralimpíadas Escolares 2016, de 21 e 26 de novembro, em São Paulo, participaram de uma sessão especial do documentário “Paratodos”, que ocorreu nesta terça-feira (7/06), no Espaço Xisto, em Salvador. Os jovens estudantes e atletas puderam conferir como é a rotina de atletas paralímpicos brasileiros e se identificaram com os depoimentos e exemplos de superação.
É o que conta o campeão de atletismo Ruan Rafael Barreto Lira, 17 anos, que cursa o 8° ano no Colégio Estadual Ursula Catharino, em Salvador e possui deficiência intelectual. “O atletismo vem me ajudando muito principalmente, nos estudos porque estou tendo mais concentração. Estou muito confiante e animado com os jogos paralímpicos escolares”, diz o estudante que ficou em 3° lugar nas Paralimpíadas Escolares de 2015.
Objeto desconhecido
Para Matheus Garcia, 16, também do 8º ano da mesma unidade de ensino, a natação significa muito para a sua vida. “Gosto muito deste esporte e esse ano estou treinando mais para poder ter um melhor desempenho nos jogos e ser campeão”, diz o estudante que tem deficiência intelectual e levou a medalha de prata na edição dos jogos no ano passado. Os dois estudantes fazem acompanhamento no Instituto de Organização Neurológico da Bahia (Ion).
Sua mãe, Rosângela Baiano dos Santos, não esconde o orgulho do filho. “Ele é um menino muito esforçado e que melhorou muito desde quando começou a praticar a natação. Estou muito feliz com o desenvolvimento dele, pois, até seu rendimento escolar está bem melhor. Por isso, é muito importante que os pais apóiem os filhos e os incentivem para que eles atinjam seus objetivos porque todos são capazes”, destaca emocionada.
Após a exibição, o público presente participou de uma roda de conversa com o roteirista e produtor do filme, Peppe Siffredi. “O filme tem uma representatividade muito forte para os jovens com deficiência em ver exemplos de pessoas similares e que conseguiram superar muito mais do que obstáculos”, ressalta.
Inclusão
A rede estadual de ensino trabalha com a Educação Especial na perspectiva da inclusão e incentiva os estudantes à prática esportiva como uma aliada no desenvolvimento físico e cognitivo de crianças e jovens de todo o estado. Segundo o professor de Educação Física, treinador e chefe da Delegação Baiana de Paratletas, Virgilio Leiro, a participação dos estudantes nos jogos Paralímpicos Escolares é muito importante porque trabalha a inclusão e autoestima. “O esporte traz grandes benefícios para estes estudantes porque trata da questão social e o reconhecimento das potencialidades que essas crianças e jovens têm. Além disso, reflete diretamente na vida deles, no convívio escolar e em outros espaços”, destaca o educador.