Alagoas
06.11.2019Texto de Ana Paula Lins
Conhecida como a “Princesa das Fronteiras”, São José da Laje é um município que transpira história e cultura. E foi o orgulho que cada lajense tem de sua terra que impulsionou os estudantes da Escola Estadual de Ensino Integral Padre Teófanes a realizarem, nessa quarta-feira (05), sua Mostra Cultural. O evento, que aconteceu na Praça Clarício Valença, teve a exposição de fotos e maquetes que contam a história do município.
Cada equipe ficou responsável por apresentar um monumento ou espaço marcante na história lajense: a Casa dos Signos, o Castelinho, a fachada da Usina Serra Grande, a Rede Ferroviária e as igrejas Matriz e São José – esta última mais conhecida como Igreja do Galo e parcialmente destruída na trágica enchente de 1969. A Mostra foi enriquecida com a exposição de registros do fotógrafo Emerson Alves, que também é Chefe de Gabinete da Prefeitura de São José da Laje.
Cadu Raimundo, integrante do grêmio estudantil e aluno da 3a série do ensino médio da Padre Teófanes, diz que a ideia da Mostra surgiu a partir da temática da edição 2019 do Encontro Estudantil da Rede Estadual de Ensino, que aborda a integração entre escola e território. “A escola de ensino integral estimula o protagonismo do jovem e, por meio desta Mostra, quisemos mostrar nossa escola para a comunidade, para que ela veja nosso trabalho. Além disso, a ideia é resgatar memórias de São José da Laje”, conta o estudante.
O diretor Erivaldo Valério conta que a ideia da mostra foi impulsionada pela visita ao Arquivo Público Municipal de São José da Laje - inaugurado em julho deste ano pelo Governo de Alagoas e que nasceu como um “tentáculo” do Arquivo Público de Alagoas. “Somos o primeiro município alagoano a implantar o seu Arquivo e, isso, despertou neles um interesse ainda maior por nossa história. Nosso objetivo é romper os muros da escola e aproximá-la ainda mais da comunidade”, diz Erivaldo, adiantando que a escola também está produzindo uma história em quadrinhos sobre o município.
Orgulho – O estudante Eliel Benedito da Silva, da 1a série do ensino médio, foi um dos expositores, com a sua equipe ficando responsável pelo relato acerca das igrejas históricas. Entre visitas ao Arquivo Público e muita pesquisa, ele diz que o trabalho fez com que tivesse ainda mais orgulho de suas raízes. “Aprendemos muito e passamos a valorizar ainda mais a nossa história e cultura”, ressalta o garoto.
Quem passava pela praça, também aprovou a iniciativa. É o caso de Evandra Pereira e Durval Lins, respectivamente diretora e enfermeiro do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). “É um momento ímpar, pois trouxe nossa história para a praça”, parabeniza Evandra. “Fui aluno desta escola e é sempre uma alegria prestigiar os eventos que eles realizam”, declara Durval.
O evento também foi uma oportunidade de fortalecer a parceria com a rede municipal. Na ocasião, alunos de quatro escolas municipais visitaram a Mostra e puderam conhecer os trabalhos desenvolvidos na Padre Teófanes. “Temos uma parceria muito forte com a rede estadual, pois queremos o que é melhor para a educação de São José da Laje. Por isso, trouxemos nossos alunos para conhecerem uma escola onde eles poderão estudar em 2020”, conta a secretária de Educação do Município, Ana Paula Mendes.
Música na Praça – Fora à exposição, quem passava pela Praça Clarício Valença também pôde conferir uma apresentação musical de estudantes da Escola Padre Teófanes. Eles são alunos da disciplina eletiva de Violão. Danilo Cavalcante, professor responsável pela eletiva, diz que a iniciativa visa despertar a veia artística dos alunos. “Hoje temos 30 estudantes matriculados na eletiva e buscamos estimular o talento de cada um deles, aliando a nossa forte bagagem cultural ao seu desenvolvimento como cidadãos”, pontua Danilo, que é músico há 18 anos.
Um dos talentos descobertos por Danilo é Maria Paonny, aluna da 1a série do ensino médio. A garota, que desenvolveu múltiplas habilidades na eletiva, compôs a música que será apresentada no próximo Encontro Estudantil. “Sempre gostei de música e, quando soube da eletiva, corri para me matricular. Aprimorei o canto, o violão e a capacidade de composição. E ela também me ajuda a trabalhar a minha timidez”, revela Maria.