Com um primeiro passo para entrada no mercado de trabalho, estudantes da 2ª edição do projeto Trilhas de Futuro, projeto da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), do curso Técnico em Modelagem do Vestuário, realizaram um desfile de moda como projeto de conclusão da formação. Cerca de 50 estudantes mobilizaram-se para organizar o desfile ‘Moda e Arte Contemporânea 2023’,  que aconteceu na unidade do Senai, na Zona Leste de Belo Horizonte.

Com o objetivo de  aplicar o  aprendizado teórico à prática, uma exigência do mercado de trabalho, os estudantes de moda foram estimulados pela orientadora Neuza Santos, professora de modelagem e costura, a desenvolver as peças por meio de processos criativos.

A professora conta que o projeto envolveu pesquisa de elementos que compõem a escrita, desenho, modelagem, corte, costura, acabamentos e acessórios, conceitos trabalhados em sala de aula durante o curso e que resultaram em 54 looks na passarela. 

“As inspirações foram diversas como o paisagismo, a arte de rua, o grafismo, a arte como protesto, criando referências que dialogam e interagem constantemente com a arte brasileira, por meio das formas, cores, da arquitetura dos espaços, das exposições, dos artistas, das obras vivas da natureza”, explica a docente. 

Aos 20 anos, Isabelly Diniz é uma das formandas do curso e trabalhou ao lado de dois colegas na criação inspirada em obras do artista plástico brasileiro Ernesto Neto. “Ele usa técnicas de crochê e macramê, então nós resolvemos trazer esse artesanato para as peças, utilizando técnicas de amarração de macramê e as cores mais presentes nas obras, como laranja, amarelo, vermelho, marrom e off white”, conta a jovem.

Engajada à causa ambiental, a estudante Vivian Silva, 22 anos, priorizou a sustentabilidade na hora de solucionar gargalos no processo de criação das peças, inspiradas nos artistas Giuseppe Penone, Jarbas Lopes e Cildo Meireles, todos com exposição permanente no Instituto Inhotim.

“Nosso desfile é um manifesto em prol da natureza, inspirado em artistas que, a exemplo do micélio na natureza que usa suas raízes  para transportar elementos de uma árvore saudável para uma doente, nós também devemos unir forças para avisar a todos sobre a necessidade de mudanças na indústria da moda, uma das mais poluente”, explica.  

A coordenadora do Trilhas de Futuro na SEE/MG, Amanda Barboza, esteve presente no evento. “Foi uma satisfação poder ver como a educação técnica profissional pode mudar a vida desses jovens. É gratificante ver o quanto o Trilhas de Futuro tem mudado a vida dos jovens mineiros, oportunizando melhores condições para formar jovens qualificados e pronto o mercado de trabalho”, comemorou.