Tocantins
19.12.2023Estudantes da Educação de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (EJA/ PPL), internos da unidade penal de Tocantinópolis e representantes das instituições parceiras, realizaram o lançamento do livro “Recomeçar com cordel: um novo olhar para a vida”. O evento ocorreu no dia 7 de dezembro e as obras serão distribuídas em 2024, no início do ano letivo.
São parceiros nesta ação, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), a Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju), a Superintendência Regional de Educação (SRE) de Tocantinópolis, o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO), o Ministério Público do Tocantins (MP-TO) e a Unidade Penal de Tocantinópolis. Os 500 exemplares do livro serão distribuídos para os apenados e familiares, como também para as instituições parceiras e escritores de cordéis que participaram da obra.
O objetivo do livro é demonstrar de forma poética, o esforço das instituições que prestam serviço à Unidade Penal de Tocantinópolis em garantir o direito fundamental à educação que todos os privados de liberdade possuem. A obra também tem o propósito de dar visibilidade ao empenho e desempenho dos estudantes da EJA/PPL e internos na produção dos cordéis, evidenciando o resultado do processo educativo dentro da Unidade Penal de Tocantinópolis.
O superintendente Regional de Educação de Tocantinópolis, Dorismar Carvalho de Sousa, disse que a partir do lançamento desta obra pode-se enfatizar que a Educação em prisões na Regional de Tocantinópolis vem transformando vidas e contribuindo para que os estudantes privados de liberdade possam construir seus sonhos. “O livro foi um exemplo de sonho realizado, onde estudantes da EJA/PPL e demais internos puderam dar asas à imaginação se tornando escritores cordelistas. Tudo isso é resultado da parceria com as instituições tendo como protagonista a Unidade Penal, onde todo o processo educativo acontece, tendo como diretor o policial Penal Diego Ribamar Ferreira Rocha”.
A assessora Técnica da EJA/PPL da SRE Tocantinópolis e organizadora do livro, Francisca Pereira de Sousa, disse que, ao todo, a obra condensa 108 cordéis, produzidos por 56 autores. Além dos apenados, também contribuíram com a obra outros 28 autores representando as instituições parceiras, envolvidas diretamente ou indiretamente no trabalho educativo realizado na unidade penal.
Segundo a organizadora, o processo de criação da obra contou com a participação do cordelista Juarez Alencar, servidor da Seduc, que contribuiu com oficinas de cordéis, como também da escritora Consola Brito, que ministrou as oficinas para os apenados da Unidade Penal. “Os professores Walderice Santos Silva, Maria de Fátima Silva e Roberto Kennedy Cirqueira de Souza fizeram a diferença, incentivando, orientando e acompanhando na sala de aula a participação dos estudantes na produção dos cordéis. A obra nos lembra que, mesmo nas sombras de uma prisão, a criatividade e a expressão artística podem florescer, e que, por meio da literatura de cordel, podemos encontrar um novo olhar para a vida, cheio de esperança, em um lugar improvável”, concluiu Pereira de Sousa.
O promotor de Justiça MP e titular da 1ª Promotoria de Justiça de Tocantinópolis, Saulo Vinhal, a obra demonstra a importância do fomento à educação e conhecimento dentro das unidades prisionais, visando à garantia dos direitos humanos dos custodiados. “Todas as pessoas possuem o direito humano à educação, inclusive aquelas que se encontram privadas de sua liberdade, porque é sabido que a finalidade da prisão não é apenas punir, mas principalmente, reabilitar o indivíduo para reinserção na sociedade”.
Seduc/Governo do Tocantins
Edição: Lenna Borges/Governo do Tocantins