Paraíba
21.11.2024Estudantes da ECIT Pedro Anísio, localizada no bairro dos Ipês, na capital paraibana (1ª GRE) realizaram nos dias 18 e 19 de novembro o IV Festival Arte por Toda Parte, com a temática da Semana da Consciência Negra. O evento contou com uma programação artística, cultural e pedagógica voltada aos estudantes e comunidade escolar.
Iago José Lima de Melo, professor de Artes e responsável pelo festival, conta que esta é uma atividade interdisciplinar que movimenta todos os estudantes a desenvolverem a criatividade e valorizar a cultura da população negra. “O objetivo desse trabalho é criar um espaço de letramento racial crítico, capacitando os estudantes a identificar e combater o racismo em suas diversas formas por meio de práticas artísticas e pedagógicas”, explicou o professor.
Uma das atividades do evento foi a roda de conversa com a gestora da escola, Silvana Chagas. Ela conta que essas atividades promovem espaços de fala, de compartilhamento, de histórias, de vivências, trazem informações sobre cultura e sobre a própria história do povo negro. “Tudo isso ajuda a empoderar o sujeito, principalmente o sujeito negro, para que ele se sinta mais autoconfiante, encorajado a expressar o que pensa, que não se sinta inferior por causa da cor da sua pele”, destaca Silvana.
Ainda dentro das atividades, o Laboratório Experimental da Negritude foi criado para promover a conscientização social e política por meio da arte, oferecendo aos alunos da ECIT um espaço de valorização da cultura afro-brasileira e fortalecimento da autoestima. A iniciativa teve como objetivo combater o racismo estrutural e naturalizado na escola, onde grande parte dos estudantes se identifica como negra e também incentiva a criação artística e promovendo discussões críticas sobre identidade negra, resistência cultural e combate ao racismo.
Entre as ações desenvolvidas, destacaram-se a criação do espetáculo "Redoma", apresentado no Teatro Ednaldo do Egypto, e as quatro edições do Festival “Arte por Toda Parte”, com obras produzidas pelos próprios alunos. Atividades como leitura de obras de Djamila Ribeiro, debates sobre filmes como Medida Provisória e Olhos que Condenam, e a produção de dramaturgias inspiradas nas vivências dos estudantes também fizeram parte do programa.
“O evento também promoveu a redução do racismo estrutural, a promoção de um ambiente mais inclusivo e a melhora do desempenho acadêmico e socioemocional dos alunos, consolidando a escola como um espaço de transformação social e cultural”, finaliza o professor Iago.