Bahia
25.05.2021O Dia Mundial da África, celebrado neste 25 de maio, foi comemorado pela comunidade escolar com diferentes atividades. No Colégio Estadual Professor Edgard Santos (CEPES), no município de Governador Mangabeira, a live “Outros olhares sobre a África” teve a participação especial de Juvenal de Carvalho Conceição, doutor em História e professor de História da África da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).
O educador ressaltou a necessidade de ressignificar as representações sobre o continente como um lugar de fome, miséria, pobreza e destruição. “Estas informações difundidas no decorrer da história escondem e distorcem a realidade complexa, rica e diversificada do continente que não é e nunca foi uma coisa só. Seja do ponto de vista econômico, político, social, linguístico ou religioso, a África é diversificada e complexa. Daí insisto em falar de Áfricas, sempre no plural”, afirmou.
Durante a sua explanação, o professor Juvenal de Carvalho foi enfático: “O Brasil é um país inventado pela invasão colonial portuguesa e foi construído pelo suor e sofrimento dos povos indígenas e africanos que aqui foram escravizados. A presença africana deixou marcas profundas nos costumes, nas crenças, nos valores e na linguagem. Não é possível conhecer a nós mesmos, saber e entender quem somos, sem conhecer a África”, defendeu.
A diretora de Currículo da Secretaria da Educação do Estado (SEC), Jurema Brito, falou sobre a necessidade desta abordagem no currículo escolar. “Considerar o Dia da África deve ser parte integrante do trabalho pedagógico anual das escolas baianas, pautado em um currículo que resgate e reconheça os saberes, os conhecimentos e as produções africanas. Os estudantes baianos têm o direito de reconhecer a sua história ancestral, rica e potente”.
O professor de História do CEPES, Luís Carlos Borges, também falou sobre a simbologia da data. “Falar sobre o tema e comemorar esta data é uma tradição do colégio. Abordamos a História e as culturas afro-brasileira e africana em nosso currículo para ofertar visibilidade e propiciar um debate sobre o tema no ambiente escolar.” A estudante Juliana Passos dos Santos, 17, por sua vez, disse que a live foi enriquecedora. “É essencial estudar a África e refletir sobre as imagens criadas sobre o continente. Aprender sobre o tema nos remete à nossa história e contribui para que tenhamos um olhar mais amplo sobre o continente“.