Estudantes baianos participam de campanha de doação de alimentos a famílias carentes

Bahia

18.05.2020

A comunidade escolar do Colégio Estadual Alaor Coutinho, situado na localidade de Açuzinho, próxima à Praia do Forte, no município de Mata de São, está mobilizada em torno de uma ação de solidariedade, visando minimizar os danos que a pandemia do novo Coronavírus está causando às famílias mais carentes de quase 30 comunidades da região. Trata-se da campanha “Se puder, doe. Se precisar, pegue!”, que tem à frente os líderes de classe da unidade escolar na tarefa de cadastrar as pessoas com maior vulnerabilidade social e fazer chegar até elas cestas básicas de alimentos e produtos de limpeza, doados por empresários e moradores locais.

O estudante Zidane Borges Vieira, 17, 3º ano do Ensino Médio, residente na comunidade de Malhadas fala sobre a importância da ação. “Moramos em uma região onde o turismo é que alavanca a nossa economia. Em Praia do Forte fica o nosso epicentro, com  hotéis, pousadas, restaurantes, lojas e, claro, o grande fluxo de turistas e é daí que grande parte dos pais e estudantes do Alaor se empregam e trabalham. Com a pandemia, muitos ficaram sem poder tirar o seu sustento e começaram a passar fome. Eu acredito na solidariedade e vejo que, neste momento, é disso que precisamos para termos um mundo melhor e saudável. Fico muito feliz em ajudar e quero, realmente, que tudo isso passe, porque não está sendo fácil para ninguém”. 

Também engajado na campanha, o estudante Filipe Horta, 16, 1º ano do Ensino Médio, morador de Açuzinho, conta o significado para ele de poder contribuir com quem precisa. “Vejo que a COVID-19 veio para mostrar que nós, jovens, temos que abrir as nossas mentes e parar de pensar só em si. Muitas pessoas estão sem condições para alimentar os filhos. Quando fui chamado para ajudar, eu me senti feliz, pois já passei necessidades na vida e sei o que é receber uma cesta básica de alimentos”. 

A colega Carine dos Santos, 17, 1º ano do Ensino Médio, que reside no Barro Branco, completa: “Ajudar é necessário para que todos possam passar por este momento tão difícil com o mínimo de dignidade. Protegida com máscara, pego as cestas no colégio e levo, por exemplo, para uma mãe que não pode sair de casa porque não tem com quem deixar os filhos”. 

A diretora do colégio, Maria Socorro Aquino, conta que a ação ganhou a adesão de empresários locais, como o diretor da Turisforte, Vitor Knack, que fez a campanha chegar aos condomínios da Praia do Forte, já tendo os moradores doado quase 200 cestas básicas. Outros, revela a gestora, estão doando a sua mão de obra na confecção de máscaras de tecido, a exemplo da professora Jurema Barreto, que doa toda a sua produção para as comunidades carentes. “Os líderes de turma realizam a pesquisa nas comunidades de quais as famílias estão precisando mais de ajuda e fazem o cadastramento. Nossa campanha já chegou a um empresário paulista, que doou R$ 9 mil em cestas. Estão sendo beneficiados pais e mães que trabalhavam no turismo, nas praias. É o pessoal que vive de trançar cabelos, de vender artesanato, acarajé, e que ficaram sem renda por conta da pandemia”.