Com o objetivo de discutir sobre o que é o Novo Ensino Médio e quais são os seus desafios, tendo em vista o atual cenário introduzido pela pandemia do novo Coronavírus, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), atenta à essa transição curricular, promoveu, nesta quarta-feira (25), uma live no canal do YouTube Educação Bahia (https://www.youtube.com/watch?v=CZPj3ITZz8c). A atividade, promovida em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Itaú Educação e Trabalho, foi voltada para gestores escolares e educadores e contou com a participação de especialistas em Educação.

A superintendente de Políticas para a Educação Básica da SEC, Manuelita Brito, que representou o secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, e mediou a atividade, falou sobre a importância das discussões. "Foi um momento importante para resgatarmos o que nos levou ao Novo Ensino Médio e quais os desafios que se apresentam agora, sobretudo, com esse contexto da pandemia. O encontro serviu para pensar, ouvindo especialistas, sobre os principais entraves para a implementação desta política pública e para promover a transição curricular de forma mais efetiva".  

A coordenadora da FGV, Jaana Nogueira, destacou o que motivou a mudança do Ensino Médio. "Apresentamos dados que mostram a necessidade de um novo Ensino Médio. No Brasil, nós temos 73,1% dos jovens de 15 a 17 anos frequentando o Ensino Médio ou com a Educação Básica concluída. Os outros jovens estão ou em anos iniciais, ou seja, no Ensino Fundamental, ou fora da escola. Outra questão é a qualidade do Ensino Médio, a trajetória do IDEB  desde 2007 até 2019, que sintetiza a estagnação pela qual essa etapa da Educação Básica vem passando. Nós tivemos um avanço de 3,8 para 4,2 neste último ciclo, que é algo positivo, mas que está muito aquém da meta que projetamos, que era 5,0 para o ano de 2019. Outro dado importante refere-se à diferença que a conclusão do Ensino Superior representa, em termos de ganhos médios, na vida futura. No Brasil, adultos com Educação Superior ganham mais que o dobro dos adultos que concluem apenas o Ensino Médio".

A especialista em Educação, Anna Penido, falou sobre as perspectivas do Novo Ensino Médio. "Entendo o Novo Ensino Médio como uma grande oportunidade. Desde que eu era aluna, ou muito antes disso, a gente já tinha várias questões sobre esse modelo de Ensino Médio que está aí e que não se sustenta mais. Não só pelos resultados em relação à aprendizagem, mas principalmente em relação ao engajamento dos estudantes. É um Ensino Médio que foi formatado para um outro perfil de aluno e que já não frequenta mais as nossas escolas. O objetivo da reforma é provocar mudanças profundas que buscam maior engajamento, autonomia, protagonismo e aprendizagem dos estudantes e mais sintonia das escolas com os tempos atuais".

O encontro também contou com explanações do membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do IEA da USP - Ribeirão Preto, Mozart Neves; do pesquisador da FGV DGPE, Aléssio Trindade; e do diretor do Centro de Desenvolvimento de Gestão Pública e Políticas Educacionais da FGV, Henrique Paim.