Tocantins
18.11.2021Josélia de Lima/Governo do Tocantins
Na cidade de Paranã, as escolas se uniram para realizar as atividades alusivas à Consciência Negra, de forma coletiva, com uma grande festa, que será realizada nesta sexta-feira, 19, às 19 horas, com apresentações de dança afro, axé, desfile, súcia, maculelê, poemas e cordel. Estão participando da organização do evento professores do Colégio Estadual Desembargador Virgílio de Melo Franco, da Escola Estadual Euclides Bezerra Gerais, da Escola Municipal Floracy e da Escola Municipal Soldadinho de Jesus.
A festa da sexta-feira representa a culminância das ações que as escolas vêm realizando com os estudantes desde o início do mês.
A escola gerando consciência coletiva
A equipe do Colégio Desembargador Virgílio de Melo Franco desenvolveu uma semana de atividades intensas como rodas de conversas, sessão de cinema, concurso de fotos, produção de vídeos e oficina de pinturas em telha. Neste ano, o tema escolhido é: O momento é de resistência contra preconceitos e suas formas. Essas atividades vêm sendo realizadas ao longo dos anos, como forma de valorizar a cultura negra, tão presente na cidade.
O Colégio Desembargador Virgílio de Melo conta com 525 estudantes, com turmas do 9º ano do ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos.
O professor e um dos coordenadores do projeto, Fernando Maciel Vieira, que leciona Geografia, explicou que essa reflexão sobre a consciência negra acontece desde 2010 e que a escola vem abordando o tema com a utilização de vários formatos. Ele falou dos resultados. “Temos dias de reflexões com o Cine Consciência Negra, rodas de conversas, lives realizadas pelos canais virtuais, além das atividades artísticas e culturais. Percebemos como os nossos alunos e nossa comunidade escolar têm se identificado, assumindo a cultura afro-brasileira. Notamos isso nos debates, na forma de aceitar os cabelos crespos, as transas e a valorização de sua autoestima. As ações realizadas pelo colégio ficam maior a cada ano, alcançando mais pessoas”, frisou Fernando Maciel.
O diretor Alexandre Cabral destacou as atividades referentes à consciência negra, que estão sendo realizadas pela escola, ao longo desses 10 anos. “Paranã é uma cidade de raízes negras, e em nosso município temos comunidades quilombolas e grande parte da população nativa é de origem negra. Então, discutir, empoderar e valorizar a história e a cultura negra faz parte do currículo do Projeto Político Pedagógico da escola (PPP)”, frisou o diretor Alexandre.
A estudante Ana Luíza Torres de Magalhães destacou que celebrar o Dia da Consciência Negra representa uma luta contra as desigualdades sociais e a discriminação racial. “É notório a importância de lembrar-se dessa data como uma forma de refletir e pensar sobre a posição dos negros na formação cultural do país. Ter a oportunidade de me expressar, ter a comunicação com as pessoas, poder ajudar nesse processo de conscientização está sendo maravilhoso”, expressou Ana Luíza.
A aluna Vitória Divina Quintanilha Teixeira Martins também falou sobre as atividades. “O momento é de reflexão, de expandir a nossa forma de pensar, de agir, aprender a ouvir e compreender novas formas de pensar. A cultura e a história negra não só devem ser valorizadas, como estudadas e conhecidas, por isso devem ser inseridas no ambiente escolar”, comentou Vitória.
Nessas atividades, a escola abordou temas como a valorização da cultura e a identidade negra, trabalho escravo, vulnerabilidade socioeconômica, acesso à história da contribuição negra na sociedade brasileira.
Joel Junio Ramos Rodrigues, estudante da Escola Estadual Euclides Bezerra Gerais, comentou sobre a importância desse evento que une as escolas. “Esse momento é importantíssimo, ainda tem pessoas que acreditam que esse evento não tem relevância, mas tem. A sociedade precisa de voz, celebrar o Dia da Consciência Negra serve para acabar com o racismo e com a desigualdade social”, disse Joel.
A estudante Samara Quintela Nobre, também aluna da Escola Euclides Bezerra, explicou que participar desse evento a deixou muito animada e feliz. “Esse é um tema que precisa da atenção de todos, tenho amado conhecer, aprender e me identificar mais com a cultura negra”, afirmou Samara.