Comemorada na primeira semana do mês de junho, a Semana do Meio Ambiente tem como objetivo promover a participação da comunidade na preservação do patrimônio natural. As escolas do Tocantins aproveitam a data para despertar, nos estudantes, o senso de responsabilidade pelo cuidado com o meio ambiente. No Colégio Estadual Batista Beatriz Rodrigues da Silva, localizado em Tocantínia, o destaque foi o projeto Mãos que plantam vida, que contou com a participação de 65 estudantes da 2ª e 3ª séries do ensino médio. 

Lá, o foco foi o plantio de mudas de árvores nativas como mangaba, fava de bolota, pau-brasil e frutíferas como caju, jaca, jambre e acerola. Os estudantes também produziram, artesanalmente, placas educativas na língua Portuguesa e em Akwe Xerente. 

O projeto foi idealizado pelo professor biólogo Mairon Tavares Silva como forma de promover uma prática relacionada à preservação do meio ambiente. “É preciso mostrar para os estudantes o perigo que corre este patrimônio ecológico, diante do desmatamento e das queimadas constantes. Precisamos proteger as gerações futuras. O sumiço de espécies da fauna e da flora, o calor excessivo e as cheias dos rios locais são a prova de que a cadeia da vida está sendo destruída”, explicou. 

Antes do plantio das mudas, os estudantes participaram de palestras e debates sobre o meio ambiente e situações como enchentes, seca, queimadas, entre outras. Os estudantes indígenas também tiveram a oportunidade de refletirem sobre a preservação das reservas nas quais residem. 

A estudante Ingrid Rodrigues Santos, 17 anos, da 3ª série do ensino médio, ressaltou as aprendizagens adquiridas com as atividades realizadas pela escola. “As reflexões sobre a Semana do Meio Ambiente nos levou a reconhecer que no cerrado, a ação humana está destruindo a natureza. É preciso incentivar a nova geração a mudar comportamentos para que tenhamos esperança de um país com mais verde. Precisamos pensar sobre ações como o desmatamento, as queimadas e a poluição dos rios e nascentes”, ressaltou.

Recuperação de nascentes 

A equipe da Escola Estadual Girassol de Tempo Integral Agrícola David Aires França, localizada em Arraias, planejou um projeto de longa duração denominado: Nascentes Recuperadas: mais vida para todos. O projeto terá uma duração de cinco anos e será desenvolvido por meio de parcerias com instituições públicas e privadas, como empresas ligadas ao setor agropecuário e à mineração, e ainda com a parceria da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Arraias e do Colégio Estadual Joana Batista Cordeiro. 

O projeto visa à recuperação de cinco nascentes, localizadas na área de 70 hectares da Fazenda Escola, transformando esses locais em pontos de referência para atividades de educação ambiental. 

A ideia surgiu em novembro de 2021, quando as escolas se uniram para a produção das mudas de espécies nativas do cerrado. O tema voltou a ser discutido em sala de aula, por meio das disciplinas eletivas, e como resultado as escolas se juntaram novamente e desta vez, resultou no plantio de 250 mudas numa área de meio hectare na primeira nascente a ser recuperada. 

O professor da Escola Agrícola, Wallacy Costa, e Luciene Cunha, da Escola Joana Batista, comentaram que essa iniciativa tem uma importância fundamental para a região, porque lá acontecem os menores índices pluviométricos do Tocantins. “Esse foi um passo importante quando falamos dos cuidados com a natureza e com o habitat. O projeto agrega inúmeros conceitos e ideias em educação ambiental que consolidam as práticas na sala de aula”, ressaltou o professor Wallacy Costa. 

O estudante do curso técnico em Agropecuária, Cauã Gomes, destacou a importância das ações. “Algumas atividades humanas estão relacionadas ao desaparecimento das nascentes, a exemplo dessas que vamos trabalhar a sua recuperação. E durante os estudos, percebemos que essa situação pode ser revertida por meio das ações”, afirmou. 

A estudante Iandra Jéssica Moura, do Colégio Joana Batista Cordeiro também comentou o projeto de educação ambiental. “Foi um privilégio participar do lançamento do projeto e da possibilidade de atuar no desenvolvimento de ações futuras, que ajudarão na maior disponibilidade de água e na preservação ambiental”, frisou. 

Josélia de Lima / Governo do Tocantins