preconceito
05.04.2017A prática do racismo consegue fazer com que crianças e
adolescentes abandonem a escola. Para evitar que se chegue a situações
como essa, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) atua na
orientação a estudantes, gestores escolares, professores nas 966 escolas
da rede pública estadual. A tarefa está a cargo da Coordenadoria de
Educação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir), com ações em Belém
e em outros municípios do Estado. Como parte das ações nesse sentido, a
Copir realizou nesta terça-feira(4) uma webconferência abordando o tema
“Como enfrentar e o que fazer em caso de racismo na escola”. A
webconferência foi transmitida pelo Portal Seduc aos profissionais de
educação e estudantes das regiões do Estado. A rede estadual atende 600
mil estudantes.
A coordenadora da Copir, Creuza Santos,
expôs a importância de as comunidades escolares atuarem no sentido de
tornar mais harmônica a convivência de estudantes, professores e
gestores nas escolas, o que envolve o combate ao racismo. Creuza
observou que a incidência dessa prática muitas vezes atinge a autoestima
de estudantes negros, fazendo com que esses cidadãos passem a não mais
frequentar os estudos.
“Somente a partir da informação e um
trabalho consciente e unificado dos profissionais e famílias, poderemos
de fato combater o racismo na escola”, ressaltou Creuza Santos. As
ações são fundamentadas na Lei nº 10.639/2003, que estabelece a inclusão da história e cultura afro-brasileira e africana
nos currículos escolares.
Igualdade - Quem também participou
da webconferência, foi Lucas Moraga, diretor do premiado curta-metragem
“Pretas”, que faz um recorte no cotidiano de mulheres negras no Pará. Ele disse
que o filme procura mostrar que a mulher está inserida em todos os
segmentos da sociedade. “A mulher negra deve ser a protagonista da sua
história, porque ela está presente na sociedade, mas costuma ser
invisibilizada mediante a prática do racismo’, afirmou, ao lado da
roteirista Priscila Costa. O curta “Pretas” venceu o 13º Festival Osga
de Vídeos Universitários da Universidade da Amazônia (Unama) e a
categoria de Melhor Episódio Piloto no 1º Festival da Freguesia do Ó, em
São Paulo. “Pretas” foi selecionado para a 39ª edição do Festival Du
Court Métrage de Clermont-Ferrand, na França.
A
webconferência desta terça integra a programação do projeto Minha Escola
contra o Racismo, da Copir, iniciado no mês de março. O projeto conta
com uma programação de filmes sobre igualdade racial em escolas da
Região Metropolitana de Belém, intitulada Tela Negra.
“A
escola tem uma função social estrutural no combate ao racismo, pela
capacidade de proporcionar a convivência com as diferenças. O racismo
está presente na escola por meio de piadinhas, apelidos e outras
práticas entre crianças e adolescentes. Daí ser importante, como prevê a
legislação, ter acesso à história da cultura afro-brasileira e
africana”, assinalou a antropóloga Selma Brito, doutoranda da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), participante da
webconferência . A Copir promoverá uma webconferência no dia 15 de maio
abordando o tema “O que as personalidades negras que marcaram a história
têm a ver com você?”.
Texto:Eduardo Rocha
Fotos:Rai Pontes