Escolas de Santo Antônio da Patrulha encontram soluções criativas para envolver os alunos nas atividades escolares

Educação

20.04.2021

Duas escolas de Santo Antônio da Patrulha, de abrangência da 11ª CRE (Osório), estão, de maneiras diferentes, se reinventando para manter a qualidade de ensino nestes tempos de isolamento. 

Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Visconde do Rio Branco, foi criado o “Varal de Aprendizagem”, onde os materiais pedagógicos, identificados com o nome de cada aluno e com as orientações necessárias, ficam pendurados à espera dos pais, que agendam um horário para retirá-los, evitando aglomerações. Depois que as tarefas são concluídas, os professores fotografam as atividades e as salvam no Classroom, plataforma utilizada pelos estudantes nos encontros virtuais. Dessa forma, todos têm a oportunidade de aprender. “Percebemos que os pais ficaram mais confiantes depois disso e só reforçou a parceria com a escola”, sintetiza a professora Aline de Araújo Cândido.

 A diretora da escola, Glória Terra, afirma que a iniciativa dos professores de construir o varal foi acatada com muito carinho. “Nós temos um grupo que não mede esforços para chegar até os alunos. O Varal de Aprendizagem é uma maneira de manter a escola viva”, garante. Ela se orgulha do comprometimento do time. “Eles são muito empenhados”, completa.

 Arte e respiro

Se há maneiras de integrar os pais na educação das crianças com soluções criativas, como é o caso do Varal da Aprendizagem, também há maneiras de engajar ainda mais as crianças nas disciplinas. Esse é o papel da professora Patrícia da Silva com os estudantes do 4º e 5 º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental José Pereira da Rocha.

Apesar de ter ingressado há menos de um mês no quadro de funcionários da escola, Patrícia já busca formas de manter os alunos sempre interessados. “Eu gosto de conversar com os professores mais antigos para entender a realidade da comunidade. Fiquei sabendo, então, nesses diálogos, que meus alunos são ótimos em tudo que envolve o fazer artístico”, revela.

Foi aí que ela teve a ideia de trabalhar com obras de artes famosas, com um pequeno detalhe: foram os alunos que as escolheram e reinterpretam com o próprio corpo. A professora orientou como deveria ser feita a atividade, com uma montagem que depois viraria um vídeo, e sugeriu alguns autores para complementar as escolhas.

“Eles adoraram. Quando o primeiro colega postou a montagem, os outros queriam se dedicar mais, mostrar que também fizeram um trabalho legal! Eles ficaram tão encantados quanto eu!”, empolga-se.

Patrícia ama abordar a arte e acha que é um respiro no meio desta tensão. “Acredito que também cabe ao professor buscar meios para que os alunos tenham alegria estudando. Esse tipo de atividade leve, fez com que esquecessem, mesmo que por pouco tempo, tudo que estamos vivendo, de todas as tristezas”, conclui.

Para a diretora Perla Barcelos, essas iniciativas se tornam ainda mais importantes em um contexto de escola de campo. “Atividades, como essa, fazem eles se sentirem iguais e importantes, orgulhosos de seu trabalho”, explica.