Amazonas
06.05.2024Com apoio de aulas práticas e teóricas, alunos da rede estadual de ensino se preparam para a 18ª Mostra Brasileira de Foguetes (MobFog), uma olimpíada experimental realizada, anualmente, em Barra do Piraí (RJ), pela Sociedade Astronômica Brasileira, Agência Espacial Brasileira e governo federal. O evento desafia estudantes de todo o país a arremessar, obliquamente, foguetes produzidos com materiais recicláveis, a partir de uma base de lançamento. Ao fim, os competidores recebem medalhas de ouro, bronze ou prata.
Escolas de todo o país têm até o dia 10 de maio para inscrever os alunos que participarão do evento, por meio da plataforma app.oba.org.br. Após o prazo, as unidades de ensino devem informar as distâncias alcançadas por foguetes confeccionados pelos estudantes.
No Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Dariana Zuleica Corrêa Lopes, no bairro Lago Azul, zona norte de Manaus, 21 alunos que integram o projeto de astrofísica se dedicam à confecção e ao lançamento dos foguetes. No dia 29 de abril, os estudantes foram submetidos a uma competição preliminar, que teve o objetivo de selecionar as equipes que representarão a escola no evento.
“Os alunos construíram seus projéteis em formato de foguetes com garrafa PET, com materiais reciclados, cano PVC, e a ideia é que eles façam o lançamento utilizando a reação de bicarbonato de sódio e vinagre, e que alcance o maior número de metragem possível”, disse o professor de matemática, Breno Enrique Santos, que coordena a seletiva na escola.
Três equipes, com três alunos cada, se destacaram na escola e foram selecionadas para o evento no interior, do Rio de Janeiro. Entre os estudantes escolhidos está Walmique Morais, de 16 anos, que já participou da Mostra na edição anterior e conquistou a medalha de prata. Este ano, durante a competição preliminar, a equipe da qual ele faz parte lançou o foguete a 155 metros de distância e ficou em 3º lugar na escola.
“A gente descobriu novos materiais e novas técnicas para fazer isso [lançar o foguete]. Várias equipes usando papelão e materiais que a gente ainda não tinha visto, como bases até mesmo totalmente feitas de ferro, coisas que a gente só faz de cano. Com bases feitas de ferro, abriu nossa mente para novas ideias que a gente pode fazer para melhorar a nossa base e o desempenho do nosso foguete”, disse Walmique.
Também viajarão ao Rio de Janeiro para representar a escola os alunos Alessandra Carvalho, 18, e Daniel Marques, 16. Ambos integram equipes diferentes e alcançaram distâncias de 201 e 204 metros, respectivamente.
“Se eu não tivesse passado, eu torceria muito para que outras meninas tivessem passado. Eu me sinto representante delas e fico muito feliz mesmo de estar indo nessa viagem”, disse Alessandra, medalhista da equipe Desana.
“É algo que me interessa também. Eu estou nervoso para a competição, só que muito confiante que lá nós vamos trazer o ouro para a escola. A sala maker nos ajuda muito porque aqui nós temos todos os materiais”, disse Daniel ao destacar a estrutura que tem recebido durante a preparação.
Outras escolas da rede estadual também estão mobilizadas para a competição nacional, entre elas a Escola Estadual (EE) Dom Milton Correa Pereira, EE Maria Amélia, Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Helena Araújo e a EETI Petrônio Portela.
“Para o estado do Amazonas é muito importante, pois os alunos vão competir em outros estados que também são altamente qualificados. Nós estamos preparados para enfrentar as outras equipes, como a USP, Unicamp e institutos federais”, disse o professor de Biologia da EETI Petrônio Portela, Eder dos Santos Souza.
FOTOS: Euzivaldo Queiroz/Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar