Amazonas
11.08.2023Estudantes da Escola Estadual Gilberto Mestrinho, localizada na Colônia Antônio Aleixo, zona leste de Manaus, organizaram um museu tendo como figura central o jogador de futebol Vinicius Jr. para abordar o tema racismo. O jogador brasileiro tem sido alvo de frequentes episódios de racismo na Europa, onde joga pelo time espanhol Real Madrid. O projeto ficou em exposição na escola durante duas semanas.
Montado para a disciplina de História e contando como avaliação para o bimestre, o projeto foi intitulado de “Museu Vini Jr.”. Os estudantes da 2ª série do Ensino Médio montaram cartazes, apresentações, peça de teatro e um vídeo para falar sobre o processo de escravidão e do combate ao racismo no país e que o atleta sofreu durante o campeonato espanhol.
O professor Luciano de Oliveira, responsável pelo projeto, ressaltou que o preconceito, de todos os gêneros, é um assunto global que precisa ser debatido durante o ano todo dentro da escola e das salas de aula.
“O racismo e o preconceito não são temas apenas do nosso país, é um tema mundial que deve ser combatido. O que aconteceu com o jogador Vini Jr. chamou a atenção, não só do nosso país, mas do mundo inteiro. Nós fizemos uma exposição aqui na escola que foi muito boa, os demais alunos assistiram e gostaram bastante. Essa temática deve ser trabalhada não somente durante o período, mas de janeiro a dezembro”, explicou o professor.
A produção do Museu
O projeto “Museu Vini Jr.” foi pensando pelos próprios estudantes durante a aula de História ao falar do tema escravidão no Brasil e do combate ao preconceito racial. Com o caso de preconceito sofrido pelo jogador durante o início do ano, que foi trazido por uma das estudantes, o professor propôs então a organização do museu em união com o tema trabalhado em sala de aula.
Os alunos da turma da 2ª série se dedicaram então à produção do trabalho. Se organizando durante as aulas de História, os estudantes se dedicaram a pesquisar, desenhar e organizar a montagem do museu. No período de cinco dias o museu foi construído e no dia da apresentação contou com desenhos, um produto audiovisual e uma peça de teatro tudo produzido pelos alunos.
Bruna Suyanna, de 16 anos, foi uma das estudantes que esteve à frente do projeto. Ela contou como o projeto foi importante para ela e seus colegas em sua construção pessoal, além de ajudar a ver que o racismo é algo que acontece todos os dias, com pessoas próximas a ela e precisa ser combatido.
“Eu acho que esse tipo de projeto é importante para todos nós. Como eu falei no momento da apresentação, o racismo não é algo de agora e não acontece apenas com os famosos, ele vem acontecendo há muito tempo. É bem importante para todos nós aprendermos o quão ruim é o racismo e praticá-lo”, falou a estudante.
FOTOS: Divulgação/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto