Pará
08.05.2024A capital paraense, Belém, sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em 2025. Pensando nisso, a Escola Estadual Professora Ruth Rosita de Nazaré Gonzales, no bairro do Guamá, organizou um trabalho no qual envolveu as culturas originárias e amazônicas nas aulas, com estudos e leituras sobre literatura indígena na disciplina de Língua Portuguesa e suas Literaturas.
No primeiro bimestres foi trabalhado o evento “Literatura Ancestral: uma roda de conversa com Márcia Kambeba”, onde os estudantes leram textos de autores indígenas como Daniel Munduruku, Ailton Krenak e Márcia Kambeba, e a partir desse estudo, os alunos puderam conhecer um pouco mais da história e cultura indígena, como prevê a Lei nº 11.645, de 10 março de 2008, que obriga as instituições de ensino a trabalharem culturas indígenas e afro-brasileiras nas escolas.
Já no início deste mês, essas atividades foram finalizadas com a roda de conversa com a escritora indígena convidada, Márcia Kambeba, que se apresentou e conversou com os estudantes do Ensino Médio.
“O encontro com Márcia Kambeba foi importante porque a minha família tem antepassados indígenas. Então foi muito importante para mim, que cresci na cidade, poder ver o que meus antepassados passaram, e é muito legal o que a Márcia ensinou sobre culturas e costumes. Ela tirou dúvidas e acendeu a minha vontade de pesquisar ainda mais sobre os costumes, como eles vivem hoje em dia, aí também deu vontade de fazer algo por eles”, disse a estudante Pamela Nunes da Silva.
Sob o comando da professora Pamela Raiol, a iniciativa envolveu cerca de 150 estudantes do Ensino Médio. “Como professora de Língua Portuguesa, procuro trabalhar com as literaturas negra e indígena na escola. É uma forma de eles conhecerem as obras que dificilmente teriam contato se não fosse na escola. Então, esse é o meu papel, de trazer essas obras para as aulas e poder trabalhar com eles. É essencial que trabalhem esses textos de uma forma crítica, desenvolvendo as suas habilidades de leitura, escrita e interpretação em relação à sociedade em que estão inseridos”, disse a docente.
Durante a programação, ainda foram debatidos assuntos como sustentabilidade, educação ambiental indígena, rituais e cultura dos povos originários, curiosidades, história de vida da escritora, entre outros.
“É muito importante a escola trabalhar essa habilidade que a BNCC orienta, proporcionando assim ao aluno construir o seu acervo pessoal para que possa discutir e inserir opiniões referentes às diversas culturas no dia a dia. Faz parte do papel da escola proporcionar essas informações, valorizando os diversos povos e suas culturas”, disse Katia Gandra, vice-diretora pedagógica da escola. Atualmente, a unidade escolar está trabalhando a literatura negra com os estudantes.
Texto: Bianca Rodrigues (Ascom Seduc)