Pará
01.03.2023A astronomia sempre esteve presente no cotidiano da humanidade, seja na observação do céu, nas estações do ano ou no plantio e colheita na agricultura. No cinema e na literatura, inspirou e foi tema para diversos títulos. Agora, a proposta de observar planetas, manchas solares ou a lua no ambiente escolar foi consolidada no 1° PopAstro: mostra de astronomia e ciências espaciais na Amazônia, evento realizado nesta segunda-feira (27), na Escola Estadual Jornalista Rômulo Maiorana, em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém).
O evento, aberto à comunidade, é promovido por professores do Núcleo de Astronomia da Universidade Federal do Pará (UFPA). “A astronomia sempre foi usada como guia, e me estranha que ela não esteja presente nos currículos escolares. Esse projeto visa aproximar mais a população desse conhecimento e popularizar a astronomia e as ciências espaciais. Resolvemos começar aqui em Ananindeua, mas a ideia é viajar por todo o Pará”, adiantou o coordenador do “AstroPop”, professor Ygor Pará.
Além das observações espaciais feitas por telescópio na quadra da escola, a programação conta com palestras sobre astrofotografia, história dos telescópios e Projeto Apollo, e também experimentos lúdicos feitos com materiais recicláveis.
Ruth Beckman, aluna do 1° ano, aprovou a mostra. “Acho muito legal. É uma oportunidade de conhecer o que tem fora do nosso planeta”, disse a estudante.
A programação será realizada nos três turnos na Escola Rômulo Maiorana. “Fomos contemplados com esse evento único em Ananindeua. Esperamos que todos os alunos possam participar das experiências e ver o céu. Está sendo maravilhoso, porque sabemos que o assunto é de interesse ímpar dos estudantes. Sempre estamos correndo atrás de bons projetos, para que os alunos tenham oportunidade de vivenciar coisas diferentes. E nossa equipe docente abraça a causa. É um projeto multidisciplinar. E com os alunos aprendendo, já ganhamos nosso objetivo de vida”, garantiu a diretora Claudiane Batista. Atualmente, a escola atende 1.500 alunos, divididos em 41 turmas de ensino fundamental e médio (regular e EJA – Educação de Jovens e Adultos).
Álvaro Araújo, aluno do 7° ano, pretende seguir carreira na área da Física. “Gostei bastante da mostra. Não temos muito esse tipo de evento por aqui. É importante aprender sobre o astros, essa imensidão que temos”, contou.
Interiorização - Financiando pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o “PopAstro” deve percorrer 25 municípios do Pará. “Nosso objetivo, além de difundir o tema, é trabalhar essa questão do pertencimento, mostrar o valor da região amazônica, que aqui se produz conhecimento científico também. Vamos começando aqui na escola. É uma oportunidade trazer a astronomia para dentro da sala de aula. Quanto à questão dos experimentos, é importante mostrar uma Física mais divertida, lúdica,diferente dos quadros. Mostrar que as ciências podem ser algo mais acessível. Temos um céu e uma ciência próprios, e uma gama de coisas para explorar em termos científicos”, explicou Lizangela Almeida, mestre em Astronomia com a temática em Astrobiologia na Escola Rômulo Maiorana, onde os trabalhos começaram no ano passado.
"Iniciamos com projetos voltados para a Astrobiologia como proposta interdisciplinar, na qual estamos desenvolvendo o segmento com os alunos. Hoje é a continuação destas atividades com nossa mostra de astronomia", complementou a professora.
Em 2018, ela desenvolveu o “Guia para Ensino de Astrobiologia para a Região Amazônica”, que compôs a dissertação de Mestrado em Ensino de Astronomia, no Instituto de Astronomia e Geofísica da USP (Universidade de São Paulo). O trabalho foi premiado como a melhor dissertação do programa naquele ano.
Conhecimento - O Núcleo de Astronomia da Universidade Federal do Pará (Nastro/UFPA) é um centro de ciências dedicado a difundir o conhecimento em Astronomia e Astronáutica ao público em geral.
Ao longo de mais de 15 anos o Núcleo tem promovido diversas atividades, como aulas preparatórias para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, oficinas e apresentações para escolas.
Texto: Sâmia Maffra / Ascom Seduc