Escola estadual do Pará promove jornada afro-brasileira

Pará

24.11.2023

Estudantes da Escola Estadual Avertano Rocha, no distrito de Icoaraci, em Belém, participaram da I Jornada Avertariana Afro-brasileira, que começou na última quarta-feira (22) e encerrou nesta sexta-feira (24), com um café filosófico. Com o tema “Educação de gênero e diversidade: formando para o empoderamento feminino e para uma educação antirracista”, o evento pedagógico marca o mês da Consciência Negra na unidade, que funciona em regime de tempo integral.

“O objetivo do projeto é dar suporte para os nossos jovens, nossos alunos de ensino médio, no que diz respeito à questão racial, principalmente dentro das escolas. Nosso objetivo é fazer com que eles possam pensar na situação, refletir sobre ela e entender que é algo que precisa ser combatido urgentemente, tanto na família, quanto na comunidade em geral e na escola, porque dentro da escola é muito comum ainda episódios de racismo”, disse o professor Odimar Melo, coordenador do evento.

De forma prática, a jornada teve como objetivo proporcionar à comunidade escolar formação sobre o tema educação de gênero e diversidade, em especial no que diz respeito à apropriação sobre o empoderamento feminino e educação antirracista.

Conhecimento e reflexão - Desde a última quarta-feira (22), os estudantes participaram de debates, exibição de filmes, exposições, mostras musicais e apresentação de iguarias afrodescendentes. “O nosso foco é sobre a nossa trajetória, a trajetória da consciência negra, toda a trajetória desses anos, dos anos passados. A gente traz as coisas que devem ser pontuadas na atualidade e o que precisa ser lembrado no passado, porque a gente precisa também ter o conhecimento do passado para poder melhorar futuramente, se desenvolver. Eu gostei muito, não só das palestras, mas das explicações. Nós trouxemos várias artes, formas diferentes de cultura e procuramos transmitir isso para a escola”, informou a estudante Michele Santos.

Empenhada nas atividades, a estudante Brenda Moreira ressaltou a importância de discutir a temática antirracista no ambiente escolar. “É importante reconstruir a ancestralidade que, ao longo de muitos anos, foi apagada, principalmente com os alunos pretos, indígenas, que estão presentes na escola, para encontrar suas raízes, ver a sua história, encontrar sua cultura. Mostrar também com outros olhos para os alunos que o preconceito não é só uma falácia, e que existe um mundo mais amplo e lindo para ser investigado, entendido e compartilhado”, completou a aluna.

Na última segunda-feira (20), no Dia da Consciência Negra, o Governo do Pará anunciou a criação da Trilha Formativa para Educação Antirracista na rede pública estadual de ensino. A educação antirracista, pautada na Lei 10.639/03, torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas. É um dos mecanismos mais importantes para corrigir questões como o racismo estrutural, desigualdades de gêneros e outras formas de opressão.

 

Texto: Bruno Magno / Ascom Seduc