Pará
22.04.2024Para celebrar o Dia dos Povos Indígenas, comemorado nesta sexta-feira (19), a Escola Estadual de Ensino Médio Thiago Gonçalves de Souza, no município de Tucumã, na Região do Araguaia, promoveu uma semana de ações voltadas à conscientização e conhecimento sobre a cultura, tradição e conquistas dos povos originários.
Durante a semana, os estudantes participam de uma roda de conversa com o professor indígena, Bep Punu Kaiapó, o primeiro indígena a defender um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na língua Mebêngôkre. Além disso, mulheres indígenas Kaiapó também estiveram na escola compartilhando a arte dos grafismos em pintura corporal.
"As atividades foram enriquecedoras para os alunos, transcendendo os limites da sala de aula e dos conteúdos formais, ao promover a valorização da diversidade cultural, o aprendizado interdisciplinar e a conscientização para a sustentabilidade, princípios base da educação do Estado do Pará", disse a professora de história, Malena Moreira, uma das responsáveis pela iniciativa.
A Semana dos Povos Indígenas foi realizada de forma interdisciplinar, unindo as disciplinas de história e arte, em parceria com o professor Greick Mambaque e foram de grande impacto para o aprendizado dos estudantes, como explica Malena. "Apesar da marcante presença dos indígenas Mebêngôkres Xikrin e Kaiapó na região sudeste do Pará, inclusive na escola, que atende alunos indígenas, eles continuam invisibilizados. Diante dessa realidade, o projeto ultrapassa os limites do conhecimento formal, oferencendo aos alunos o aprendizado através da vivência. O contato com a realidade e cultura diferente da sua, permite aos discentes uma compreensão mais profunda e empática das tradições, cultura, história e modos de vida indígena, contrastando-as com imagens e ideias pré-concebidas, preconceituosas e estereotipadas, historicamente construídas", disse.
Segundo a diretora da escola, Cleuza Laviniki, a iniciativa é muito importante porque valoriza e respeita a cultura dos povos indígenas. "É importante, pois promove o respeito às diversidades amazônicas e a valorização dos costumes e modos de vida dos povos que compõem a comunidade escolar com suas riquezas", afirmou.
Para a estudante Isabelle Karolayne, da 2ª série do Ensino Médio, o conhecimento adquirido por meio da iniciativa foi essencial para uma grande desconstrução de pensamentos equivocados. “Como uma pessoa que passou a vida toda em uma sociedade cheia de inflexibilidade, intolerância e preconceitos, sempre notei a grande necessidade de atividades para o conhecimento de diversas culturas. Uma vez que esse preconceito vem justamente pelo fato de ser algo desconhecido popularmente. Considero esse aprendizado sobre os povos indígenas tão importante pelo simples fato de que aprendemos muito sobre respeito e como não há uma única forma correta de se viver. Dessa forma, criando uma nova geração de pessoas mais abertas ao conhecimento, proporcionando qualidade de vida para ambos os lados", comentou.
Já para o estudante Guilherme Knecthel, também da 2ª série do Ensino Médio, as atividades contribuíram para adquirir conhecermos importantes. "Pudemos observar que existe uma extensa diversidade de povos indígenas no território brasileiro com diferentes costumes, tradições, línguas e até fisionomias diferentes. Também tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre a língua do povo indígena Kaiapó, através do palestrante, uma língua bem diferente da nossa, ele nos contou bastante sobre as suas histórias, como deveríamos tratar de forma mais afetiva os povos indígenas que temos contato na nossa escola. Os alunos também tiveram a oportunidade de tirar dúvidas que tinham sobre os povos nativos e com as pinturas vimos vários tipos de desenhos e formatos e significados diferentes através deles, aprendemos sobre suas tradições, costumes e cultura", disse.
Texto de Fernanda Cavalcante - Ascom/Seduc