Escola de Belo Horizonte é destaque na busca ativa de estudantes

Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais

06.09.2019

Durante todo o primeiro semestre deste ano, o estudante Pablo Junio Gonçalves Araújo não tinha uma frequência regular na escola onde estuda. “ Eu ia um dia e faltava duas semanas”, conta o aluno do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Guilherme Azevedo Lage, em Belo Horizonte.

De acordo com Pablo, o motivo da sua ausência estava relacionado com a falta de interesse pelo ambiente escolar. “A escola estava monótona. Alguns alunos só vinham para receber ponto e esqueciam que o real objetivo da escola era o aprendizado. Os professores são excelentes, mas eu estava achando as aulas muito repetitivas”, conta.

Secretária Julia foi conhecer um pouco mais das ações realizadas pela escola. Foto: Marco Evangelista Imprensa/MG

Secretária Julia foi conhecer um pouco mais das ações realizadas pela escola. Foto: Marco Evangelista Imprensa/MG

Agora, no segundo semestre, a sensação que Pablo tinha sobre a escola mudou e a frequência nas aulas também. “Quando as férias acabaram, eu vim um dia aqui e vi que as coisas estavam diferentes. Além disso, a direção e os professores conversaram muito comigo. Agora estou vindo todos os dias e estou me empenhando ao máximo para recuperar o conteúdo perdido”, afirma.

O estudante é um dos 98 alunos da Escola Estadual Professor Guilherme Azevedo Lage que estavam infrequentes e que, com a campanha de busca ativa, retornaram aos estudos. De toda Belo Horizonte e Região Metropolitana, a escola é a que, de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Educação (SEE), teve a maior taxa de sucesso proporcionalmente ao número de alunos do início da busca ativa.

Envolvendo os alunos

Ao receber os dados da SEE com os nomes dos alunos infrequentes, a direção da escola iniciou um trabalho que buscou aproximação destes estudantes para entender a situação de cada um. “Ligamos para a casa desses alunos e conversamos com os pais sobre a importância da frequência. Também conversamos bastante com os estudantes para entender o poderíamos melhorar na escola”, destaca a diretora Marléa Avelar.

Conversa com os professores da escola. Foto: Foto: Marco Evangelista Imprensa/MG

Conversa com os professores da escola. Foto: Foto: Marco Evangelista Imprensa/MG

A partir da primeira ação, a escola mudou. Além de conversar com os professores para motivá-los a propor metodologias diferenciadas em sala de aula, também começaram a ser desenvolvidos novos projetos pedagógicos. Outra iniciativa foi promover a revitalização de espaços importantes da escola como, por exemplo, o laboratório de informática e a biblioteca. “O nosso objetivo é tornar a escola mais atrativa para os alunos para que eles queiram vim para a escola e permanecer nela”.

Visita à escola

Os resultados expressivos da escola na busca dos estudantes foram conhecidos de perto, nesta quinta-feira (5/9), pela secretária de Estado de Educação, Julia Sant’Anna. Em visita à escola, a secretária pode conhecer um pouco das estratégias utilizadas e destacou que o desafio agora é manter os alunos frequentes na escola.

“Uma grande conquista da escola foi esse resgate muito expressivo. A luta agora é conseguir garantir que essa aprendizagem seja efetivamente muito bem trabalhada. É importante também estar sempre atento ao lançamento diário de frequência para quando um aluno começar a faltar, a escola possa ligar e dizer que está sentindo a sua falta”, afirma Julia Sant’Anna.

Escola mais atrativa

Muito elogiada pelos estudantes, a professora de Biologia, Margarete Minatelli, mais conhecida como Margô, é uma das que desenvolvem estratégias que atraem a atenção dos jovens. “Eu explico para os meus alunos que cada pessoa se sensibiliza para compreender o conteúdo de forma diferente. Alguns aprendem muito quando utilizo vídeo, outros necessitam de ouvir as explicações e alguns precisam escrever. Procuro utilizar todas as estratégias disponíveis para envolvê-los”, explica.

Secretária conheceu as dependências da escola. Foto: Marco Evangelista Imprensa/MG

Secretária conheceu as dependências da escola. Foto: Marco Evangelista Imprensa/MG

A escola também está iniciando alguns projetos que contam com a participação de toda a comunidade. O “Ecoponto”, por exemplo, incentiva alunos e comunidade escolar a levarem materiais reciclados para a escola. Essa ação faz parte do Movimento Ecodom, que é resultado de uma parceria entre a SEE a Faculdade Dom Helder.

Também são realizadas “Oficinas para o Enem” que por iniciativa da professora de Língua Portuguesa e vice-diretora da escola, Danielle Cristine, oferece aulas que auxiliam os estudantes a se preparem para o exame. As aulas acontecem aos sábados e contam com a participação de outros professores da escola.