Bahia
24.11.2020A arte literária tem inspirado estudantes do Colégio Estadual Teotônio
Vilela, no município de Feira de Santana. A partir do projeto “Café
Literário – um pouco de poesia a cada dia!”, desenvolvido na unidade
escolar antes da suspensão das aulas por causa do novo Coronavírus, eles
estabeleceram uma rotina de leitura e escrita, levando a ideia para o
formato virtual.
A atividade, que nasceu das oficinas de leitura, análise do gênero e
produção de poemas para o projeto Tempos de Arte Literária (TAL), da
Secretaria da Educação do Estado (SEC), foi parar no Instagram da escola
(@CETVescolaoficial),
com o objetivo de fomentar a leitura e a reflexão crítica, a partir da
indicação de livros, vídeos e filmes. Os participantes trocam
conhecimentos, por meio do WhatsApp, para a produção e a declamação de
poesias, que são gravadas em vídeos e postadas, semanalmente.
A professora de Língua Portuguesa e Literatura, Betty Bastos Lopes
Santos, idealizadora e orientadora do Café Literário, conta que o
projeto em seu formato virtual vem se consolidando. “Fiz contato, pelo
WhatsApp, com alguns alunos, que aceitaram o desafio de declamar e
gravar os poemas. Assim, iniciamos com a gravação coletiva de poemas de
autores como Cora Coralina, Cecília Meireles e Victoria Eugênia Santa
Cruz. Na sequência, surgiu a ideia da edição especial de poemas de suas
próprias autorias, que já está em andamento, com a exibição do terceiro
vídeo-poema autoral”, conta a educadora, ressaltando que, ao contrário
dos anos anteriores, a temática este ano é livre para oportunizar e
valorizar a produção de autoria dos estudantes.
Para o estudante Gabriel Silva da Cruz, 3° ano, 18, o Café Literário
começa na sala de aula, mas a poesia e a leitura se estendem “para o
resto da vida”. Ele conta que o projeto trouxe muito aprendizado e troca
de experiências entre os alunos e professores e escritores. “Eu sempre
tive muito costume de ler e escrever meus poemas e esta paixão só
aumentou com a chegada do projeto, que me estimula, cada vez mais, a
estudar, ler e aprimorar as minhas habilidades na área", declara.
Gabrielly de Matos Ribeiro, 16, 1º ano, também falou sobre a
importância do Café Literário no seu percurso escolar. “Este projeto
trouxe, para mim, aprendizado sobre falas, formas de me pronunciar e
sentir o que estou declamando com cada poema, seja da minha autoria ou
não. É gratificante fazer algo que gosto, escrever e falar, que é algo
que estou me adaptando aos poucos nesse quesito de declamar poemas, pois
não tinha costume. Mas, depois de algum tempo, perdi bastante a
timidez”, relata.