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18.10.2021Um concurso de história dos bairros mudou a vida do professor Edvaldo Manoel Almeida, de 55 anos. Ele, que trabalhava no Distrito Industrial e queria ser advogado, escreveu sobre o bairro Coroado, na zona leste de Manaus, e ficou em primeiro lugar. O trabalho virou livro e ele resolveu, aos 42 anos, entrar para a docência. “Me achei”, diz ele, que há um ano leciona na Educação Prisional, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), onde estimula os alunos a buscarem um futuro diferente.
A Educação Prisional é oferecida às pessoas privadas de liberdade por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Secretaria de Estado de Educação e Desporto. No Compaj, funciona a Escola Estadual Giovanni Figliuolo, que atende 1.157 alunos. Com o estudo, eles podem subtrair um dia de pena a cada 12 horas estudadas, conforme a Lei da Remição pelo Estudo.
Edvaldo ministra 12 disciplinas, para as turmas de 9ª e 11ª etapas, de segunda a quinta-feira, nos turnos matutino e vespertino. Para ele, o maior desafio foi mostrar para os estudantes que estava envolvido no ensino.
“O maior desafio foi conquistar a confiança dos alunos, pois eles são exigentes e percebem de longe quando um professor vem para a sala de aula somente fazer ‘migué’. Espero impactar a vida dos reeducandos através de uma prática educacional que atinja um ensino humanizador, pois acredito que é possível ressocializá-los mediante a educação”, afirma o docente.
Diante do preconceito em trabalhar com o ensino prisional, o professor diz que é preciso ser corajoso e driblar as dificuldades, porque os obstáculos estão por toda parte, mas com pesquisa e persistência é possível obter bons resultados.
Edvaldo costuma falar sobre a própria história e a mudança de vida com uma idade que não é tão comum buscar outras profissões, a fim de estimular os estudantes a buscarem vidas diferentes após cumprirem suas penas e serem ressocializados.
Mesmo com os desafios, o docente celebra o dia dele. “Parabenizo a todos os professores pelo seu dia. Em especial, parabenizo aos docentes da Escola Estadual Giovanni Figliuolo, que não medem esforços para garantir uma educação de qualidade e, assim, contribuir para a ressocialização das pessoas privadas de liberdade”, conclui.
Dia do Professor – A data é comemorada no Brasil em 15 de outubro e foi estabelecida em 1963, durante o governo de João Goulart, em referência Dom Pedro I, que, em 15 de outubro de 1827, emitiu uma lei sobre o Ensino Elementar, determinando que todas as cidades do país tinham que ter escolas de Primeiras Letras – o que hoje é o Ensino Fundamental.
Em 1948, o Dia do Professor foi oficializado como data comemorativa e feriado no estado de Santa Catarina, e, em 14 de outubro de 1963, por meio do Decreto Federal nº 52.682, foi instituído o Dia do Professor em todo o Brasil.
FOTO: Lincoln Ferreira/Seduc-AM