Quinze escolas da rede estadual de Sergipe estão recebendo a visita de técnicos da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) para esclarecimentos sobre o Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral - Escola Educa Mais. Autorizada pelo Ministério da Educação (MEC), a ampliação, que leva em consideração uma série de fatores como infraestrutura, demanda, capacidade, além de indicadores socioeconômicos, ocorre por meio de adesão; ou seja, a decisão de implantar o modelo de ensino passa por deliberação do Conselho Escolar. Atualmente, a modalidade está presente em 48 escolas em 15 municípios sergipanos.

As escolas que poderão aderir são: colégios estaduais Epifânio Dória (Poço Verde); Senador Gonçalo Rollemberg (Japaratuba); Governador Djenal Tavares Queiroz (Moita Bonita); Roque José de Souza (Campo do Brito); Dr. Luiz Garcia (Brejo Grande); Josino Menezes (Japoatã); Nações Unidas (Aquidabã); Francisco Figueiredo (Aquidabã); Murilo Braga (Itabaiana); Almirante Tamandaré (Nossa Senhora de Lourdes); Professora Noêmia de Souza (Poço Redondo); Ofenísia Freire (Aracaju); Governador Augusto Franco (Aracaju); Barão de Mauá (Aracaju); Centro Estadual de Educação Profissional Governador Marcelo Déda (Carmópolis); Escola Estadual Dom José Vicente Távora (Tomar do Geru); Eduardo Silveira (Itabaiana); Poeta José Sampaio (Nossa Senhora do Socorro); e Rogaciano Leão Brasil (Santo Amaro das Brotas).

A fim de tornar o processo de adesão cada vez mais democrático, a Seduc, por meio do Núcleo Gestor de Educação em Tempo Integral (Ngeti), a partir de visitas in loco, vem intensificando o diálogo com as comunidades escolares, nas quais é apresentada a proposta de adesão ao EMTI. As escolas visitadas têm até o dia 16 de fevereiro (quarta-feira) para enviar a ata de adesão dos conselhos escolares ao Ngeti, via email. Quatro unidades já enviaram as atas e aderiram ao ensino integral. São elas:  Epifânio Dória (Poço Verde); Senador Gonçalo Rollemberg Leite (Japaratuba); Dr. Luiz Garcia (Brejo Grande); e Josino Menezes (Japoatã).

Segundo a coordenadora do Ngeti, professora Emanoela Ramos, entre os estados que recebem recursos do programa, Sergipe é a única unidade da federação que consulta a comunidade. “É uma decisão do nosso Estado ouvir as escolas, até porque o aval para adesão da proposta parte dos conselhos escolares. A implantação do modelo é feita pelos professores, estudantes, gestores e demais membros da comunidade, e a gente precisa saber que estão abertos a propostas e que queiram fazer o processo”, informou.

Nas visitas, a equipe da Seduc destrincha todas as premissas do programa Escola Educa Mais. Apresenta um vídeo do secretário, depoimentos de jovens protagonistas, resultados do EMTI, além de explanação sobre metodologia e organização da rotina escolar no modelo de ensino. A escola de ensino médio integral ajuda o estudante a pensar e a melhorar a própria vida. Os estudantes são incentivados a tomar decisões, descobrir o que querem fazer, planejar o futuro e compartilhar as responsabilidades com os outros colegas, oportunidades que perpassam pelo Projeto de Vida, Protagonismo Juvenil, Acolhimento, Eletivas, Orientações de Estudos, Tutoria e Aprendizado na Prática.

Entusiasta do EMTI, o professor José Antônio Santos Souza, diretor do Colégio Estadual Josino Menezes, em Japoatã, escola que aprovou a adesão, afirma que o modelo de ensino é o futuro da Educação Pública. “Desde 2019, temos a pretensão de trazer o ensino integral para o Josino, e graças ao nosso Conselho Escolar e ao apoio do diretor da DRE 6, professor Max Silva, teremos esse modelo de ensino em nossa comunidade. Acredito no poder da educação e o que ela pode proporcionar. O ensino médio em tempo integral irá potencializar ainda mais as oportunidades para os jovens do nosso município", concluiu ele, assegurando que os pais de alunos também estão entusiasmados com a oferta da nova modalidade.

Visitas

Na manhã desta sexta-feira, 12, a equipe do Núcleo Gestor de Educação em Tempo Integral (Ngeti) esteve no Colégio Estadual Governador Augusto Franco, em Aracaju, para fazer a apresentação do modelo de Ensino Médio Integral aos integrantes do Conselho Escolar. A coordenadora do Ngeti, Emanoela Ramos, destacou que é de grande importância que o Conselho Escolar conheça bem, pois é ele quem irá decidir sobre a implantação dessa modalidade de ensino que vai mudar tanto o modelo pedagógico quanto o modelo de gestão dessas escolas. “Sergipe decide fazer essa consulta, respeitando e considerando a comunidade escolar, de modo que essas visitas são justamente para a gente mostrar a eles o que é o programa, tirar todas as dúvidas, fundamentar o Conselho Escolar em sua decisão. É importante que os integrantes estejam aqui vivendo esse processo democrático de escolha da modalidade de ensino que terão para o Ensino Médio”, afirmou.

Bastante entusiasmada com a novidade, a aluna Ana Kiary Cardoso Guimarães, que agora iniciará o 1º ano do Ensino Médio, disse ser a favor da implantação. “Acho que o Ensino Médio em Tempo Integral vai ser interessante. As ideias que estão sendo apresentadas parecem ser muito boas, e eu estou muito animada. É melhor estar o dia inteiro no colégio estudando. Essa é uma ótima forma de ocupar o tempo dos jovens”, declarou.

A mãe dela, Ana Carla Cardoso, também esteve na reunião e afirmou que, se implantado, o modelo de ensino médio integral vai beneficiar o desenvolvimento dos alunos. “Vai melhorar bastante. A minha filha, estando na escola praticamente o dia todo, poderá continuar estudando, aprendendo mais; terá outras atividades que ocuparão o tempo dela de forma mais positiva”, afirmou.

O diretor do Colégio Estadual Governador Augusto Franco, Roque Hudson Ribeiro Santos, declarou que, “além de melhorias na infraestrutura, haverá melhorias no processo de ensino-aprendizagem. Os alunos vão ficar mais tempo na escola, vão aprender mais, terão uma ligação maior com os professores e, automaticamente, esse sentimento de pertencimento à escola vai permanecer neles”, disse o diretor, acrescentando que espera que o Conselho Escolar aceite a implementação desse modelo de ensino e que os professores abracem a ideia.

Maria Taciana, representante dos funcionários da escola, também compartilhou sua opinião. “Estou com boas expectativas. Eu também sou mãe de uma aluna daqui, e é claro que quero o melhor para a minha filha. É um modelo de ensino diferenciado, que trabalha em prol do aluno. E como funcionária desta escola, afirmo que todos só têm a ganhar”, disse.

Ainda nesta manhã de sexta-feira, a equipe do Ngeti se reuniu virtualmente com o Conselho Escolar do Colégio Estadual Barão de Mauá. Novas visitas presenciais estão marcadas para a próxima semana, fechando o ciclo de encontros para apresentar o modelo de Ensino Médio de Tempo Integral às 15 escolas autorizadas pelo MEC.