Pará
27.03.2023Nesta sexta-feira (24), o programa "Alfabetiza Pará" foi apresentado aos prefeitos da Região do Xingu, em Altamira, durante encontro realizado pela Associação dos Municípios das Rodovias Transamazônica, Santarém/Cuiabá e Região Oeste do Pará (AMUT). Os prefeitos de Altamira, Porto de Moz e Anapu e representantes dos municípios do Brasil Novo, Senador José Porfírio, Uruará, Vitória do Xingu e Medicilândia estiveram presentes, além de secretários municipais de educação e coordenadores do Programa de Alfabetização em Regime de Colaboração (PARC).
“Já demos início a aplicação da avaliação de fluência leitora nas redes municipais e Estadual, passo inicial para formalização da parceria com as prefeituras, além de fundamental para que tenhamos mapeado o tamanho do déficit atual de alfabetização no Pará. Esse encontro com as prefeituras em suas regiões, hoje em Altamira, fortalece a parceria entre Estado e municípios na garantia de uma educação cada vez melhor para nossas crianças. Ainda temos muito pela frente”, ressaltou Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação do Pará.
O programa foi apresentado pelo secretário-adjunto de Ensino, Patrick Tranjan, acompanhado da equipe técnica da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Durante o seminário, o adjunto da secretaria ressaltou que os principais objetivos do programa são melhorar as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e premiar as escolas que reduzirem as desigualdades entre os estudantes. “Para que tenhamos uma evolução real dos indicadores educacionais é necessário investirmos fortemente na alfabetização, etapa fundamental para o desenvolvimento dos alunos. Reestruturando essa primeira fase, vamos ter maior sucesso nas seguintes, evitando inclusive o abandono, a evasão escolar e a distorção idade-série”, afirmou Patrick Tranjan.
Na ocasião, a Seduc também realizou atendimentos para tirar dúvidas de prefeitos e representantes das prefeituras sobre como aderir ao programa. “Infelizmente hoje temos alunos do 5º ano que não sabem ler, nem escrever. Isso é muito sério, porque nosso Estado fica nos últimos colocados no ranking do Ideb a nível nacional. Então nós abraçamos essa iniciativa do Governo do Estado para que possamos trabalhar em conjunto e fazer com que nossas crianças aprendam a ler e escrever na idade certa. E isso é fundamental para que essa criança não perca o ritmo nos estudos, não fique para trás e ainda vai evitar que ela chegue ao nível médio sem saber questões básicas de língua portuguesa e sem saber as principais operações de matemática”, destacou o prefeito de Altamira, Claudomiro Gomes.
Para o prefeito, o déficit na educação é uma chaga que precisamos curar no Pará. “Louvo a iniciativa do nosso governador, do nosso secretário de estado Rossieli Soares, do nosso adjunto Patrick. Esse é o momento de todos nós arregaçarmos as mangas, professores, pais, prefeitos e secretários de educação, para darmos a parcela de contribuição e resolver esse problema e fazer com que nossos alunos tenham o futuro garantido”, complementou.
De acordo com o professor Edir Souza, gestor da URE (Unidade Regional de Educação), em Altamira, o “Programa Alfabetiza” é a oportunidade de mudarmos o quadro da educação paraense. “As escolas municipais estão entusiasmadas em diagnosticar, intervir no processo de alfabetização da nossa região. É um movimento único que pode estabelecer novo rumo à qualidade da alfabetização das crianças do Estado”, pontuou.
Projeto - O ‘Alfabetiza Pará’ nasce para acabar com o déficit na educação infantil do Estado e auxiliar os 144 municípios do Estado das redes públicas, municipais e estaduais garantindo a alfabetização na idade certa. A alfabetização na idade certa é fundamental para mitigar a distorção idade-série, o abandono e a evasão escolar, que refletem sobretudo na economia e desenvolvimento das cidades. O programa, em regime de colaboração do Governo do Estado do Pará e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc),auxilia os municípios no desenvolvimento dos alunos dos anos iniciais (1º ao 5º ano) durante o período de alfabetização.
A proposta é disponibilizar recursos, ferramentas pedagógicas e avaliativas para que as cidades melhorem o ensino ofertado nas redes municipais e estadual, atendendo, inclusive, aos requisitos do ICMS Educacional, aprovado na Assembleia Legislativa (Alepa) em 2022. O programa, criado por meio de projeto de lei, já foi aprovado pela Alepa e foi sancionado no dia 14/03 pelo governador do Estado, Helder Barbalho, por meio do Diário Oficial do Estado (DOE).
A Lei que formalizou o programa prevê bolsa para reforçar a atuação dos profissionais alfabetizadores frente aos recursos, especificidades e materiais didáticos disponibilizados pela iniciativa. Ainda estabelece premiação para escolas com os maiores resultados e para os menores uma contribuição financeira, em ambos os casos para dar continuidade e potencializar as ações de alfabetização nas escolas.
Texto: Sâmia Maffra / Ascom Seduc