Educação do Pará em parceria com Hemocentro implanta classe hospitalar para usuários com patologias de sangue

Pará

27.04.2022

Gestores da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia (Hemopa) assinaram convênio de Cooperação Técnica com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), nesta terça-feira (26), para Implantação da Classe Hospitalar, Programa da modalidade Educação Especial, que garante os direitos educacionais aos usuários com patologias do sangue em idade escolar, atendidos pelo hemocentro, permitindo a continuidade da escolarização. O evento foi realizado pela manhã, no Auditório Osvaldo Bellarmino, no 3° piso da sede do Hemopa, em Belém.

Madalena Calandrini, mãe de Isaac, usuário da classe hospitalar na Fundação Hemopa, agradeceu pela iniciativa (Foto: Divulgação)

O atendimento inclusivo é realizado no espaço de acolhimento, em uma sala montada no segundo andar da instituição. Foi organizada e equipada para acolher as crianças em tratamento ambulatorial enquanto aguardam consultas e/ou exames, incluindo usuários com deficiência. As ações do Programa Classe Hospitalar, dentro dos respectivos hospitais e casas de apoio, são coordenadas, supervisionadas e assessoradas por profissionais da Seduc e representantes das instituições atendidas pelo programa. No Hemopa, o convênio disponibiliza 100 vagas, pela manhã e à tarde.

Atualmente, a Fundação Hemopa tem cerca de 16.500 pacientes em atendimento ativo, entre crianças, adultos e idosos. Um dos beneficiados pelo mais novo serviço é Isaac Calandrini, 13 anos. Cadeirante, o menino faz tratamento para aplasia medular desde os 3 anos. Ele tem aula na Fundação Hemopa, na segunda e sexta-feira, o que aumenta a autoestima e garante seu aprendizado, suspenso no período da pandemia de Covid-19.

“Este projeto é muito importante na vida do meu filho e da nossa família. É um sonho realizado. Meu filho não estava em condições de frequentar a escola por causa da restrição de locomoção e por questões de saúde pública, por causa da pandemia. Mas ele nunca perdeu a vontade de estudar. Continuou as aulas on-line. Com as aulas presenciais no Hemopa, ele está muito animado”, afirmou a mãe de Isaac, a dona de casa Madalena Calandrini, 33 anos, que agradeceu e parabenizou a Fundação Hemopa e a equipe de professores da Classe Hospitalar.

Conquista - A diretora Técnica da Fundação Hemopa, médica Luciana Maradei, agradeceu e ressaltou a importância da parceria firmada em favor de um atendimento inclusivo aos usuários em idade escolar. “Lutamos muito para essa conquista. A Classe Hospitalar é um direito constitucional. A rotina de assistência dessas crianças e adolescentes que estão em tratamento de uma doença, na maioria das vezes, dura muito tempo, e muito das vezes nem cura tem. Nosso objetivo é dar mais qualidade para todos eles, no sentido de manter a escolaridade. Hoje, este convênio entre o Hemopa e a Seduc está assinado. Nós agradecemos pela parceria, e por dar mais uma esperança às vidas dessas crianças e adolescentes”, ressaltou Luciana Maradei.

O coordenador de Educação Especial da Seduc, Felipe Lisboa Linhares, parabenizou a gestão do Hemopa pela parceria. “Este momento é morável. No processo de análise de solicitação do Projeto Classe Hospitalar ficamos sabendo da importância da oferta de assistência hematológica aos pacientes com doenças do sangue, e que muitos deles ficam em Belém por um longo período de tratamento. Queremos ampliar ainda mais a oferta do projeto, tanto para pacientes internados ou em tratamento, como para aqueles com impedimento de deslocamento ao ambiente de sala de aula. Tendo em vista as dimensões continentais do Pará, a gestão da Seduc iniciou estudo e processo de criação da Escola Classe Hospitalar, para garantir a oferta de serviço em toda a rede do Estado”, informou.

Inclusão - Nayara Barbalho, titular da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), destacou o compromisso do Governo do Pará com a promoção da inclusão social. “Trabalhamos em parceria com outros órgãos, ampliamos vagas de atendimento no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR). Em breve, vamos abrir mais seis novos núcleos em municípios-polos do Estado, além da capacitação de mais de 500 servidores públicos”, ressaltou a gestora, ao citar a contratação pela Fundação Hemopa de um servidor autista, por meio de projeto de empregabilidade e inserção no mercado de trabalho.

Nayara Barbalho destacou ainda a valorização dos profissionais da Classe Hospitalar, que é fundamental no processo da inclusão social no Pará. “Só tenho a agradecer e dizer que estamos disponíveis, enquanto Sespa, para efetivar a inclusão social das pessoas mais vulneráveis do Estado”, acrescentou.

Presidente da Associação Paraense de Pessoas com Hemofilia e Coagulopatias Hereditárias (ASPAHC), Cristiane Costa celebrou o convênio. “Eu me sinto muito emocionada, porque cada passo engrandece muito os pacientes. Eu digo que todo caminho é como uma semente, e o que estamos vivendo hoje com essa conquista é a colheita. É com imensa satisfação que estou aqui representando os 900 pacientes de coagulopatias e os demais pacientes que são acolhidos nesta casa chamada Hemopa”, disse Cristiane Costa.

O convênio de Cooperação Técnica foi assinado pela diretora Administrativa e Financeira da Fundação Hemopa, Taissa Amoedo, e pelo coordenador de Educação Especial da Seduc, Felipe Lisboa Linhares. A cerimônia contou com a presença de aproximadamente 100 pessoas, incluindo a secretária adjunta da Seduc, Cleide Amorim; a representante do CIIR, Nelma Salim, e outras autoridades das áreas de saúde e educação, e servidores.

Por Vera Rojas (HEMOPA)