Maranhão
04.01.2021Findamos um ano de perdas e de inúmeros desafios para a Educação, sobretudo na aprendizagem remota dos nossos estudantes. Mas é preciso notar que o período de pandemia da Covid-19 – que ainda não acabou – também revelou nossa capacidade de ressignificar conceitos, métodos e paradigmas e, principalmente, apontou que a educação é o principal caminho de superação desse mal que nos aflige, notadamente, porque a tão esperada vacina é oriunda da ciência que, por sua vez, nasce na educação.
Na aurora de 2021, nosso maior desafio é, sem dúvida, a reabertura das escolas com atividades presenciais, de forma que possam minimizar as consequências da interrupção causada pelo ano pandêmico que passou. Refiro-me a implicações diversas como: deficiências na aprendizagem, evasão escolar, perda de vínculo com a escola, desigualdades sociais e os impactos socioemocionais na comunidade escolar em geral.
Nesta semana, uma das mais conceituadas educadoras da atualidade e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (CEIPE-FGV), Cláudia Costin, advertiu, em sua coluna, na Folha de São Paulo, que gestores públicos precisam dar prioridade máxima à educação, principalmente na pandemia e chamou a atenção para a reabertura das escolas com segurança. Costin cita o documento emitido pela Organização Todos Pela Educação, com 25 recomendações para uma volta adequada às atividades escolares presenciais, o qual aponta as “sérias limitações do ensino remoto para crianças e adolescentes”, os efeitos negativos e a necessidade da elaboração de um plano para atenuar esses efeitos, a partir de uma análise “multifatorial”.
Entre essas medidas recomendadas, está a articulação com os órgãos e autoridades de saúde para o retorno gradual e seguro das aulas presenciais, tal qual temos agido na rede estadual de ensino do Maranhão. Há poucos dias, recebemos um parecer técnico da Superintendência de Vigilância Sanitária, referente à solicitação da Secretaria de Estado da Educação, quanto ao retorno das aulas na rede. Conforme o parecer, há possibilidade de retorno gradual de forma híbrida, nas unidades de ensino, seguindo todas as medidas de prevenção contra a pandemia e proteção da comunidade escolar.
Ainda em meados de 2020, a Seduc, em diálogo com os diversos setores de educação e saúde, elaborou um plano de retomada das atividades presenciais nas escolas. Cabe ressaltar que o documento da Vigilância Sanitária Estadual, também, atestou a Portaria nº 748/2020, que dispõe sobre as diretrizes pedagógicas para o retorno, com destaque para os Artigos que tratam das Medidas de Biossegurança: “[…] todas as diretrizes mencionadas encontram-se em conformidade com as medidas de enfrentamento da Covid-19, estando, desta forma homologadas”, diz. O órgão sanitário estadual sugere, ainda, outros pontos, como orientações aos professores e funcionários quanto aos protocolos de retorno às aulas em tempos de pandemia, restrição de pessoas alheias à comunidade escolar no interior das unidades de ensino e normas quanto ao uso de máscaras, distanciamento e higienização dos espaços. Medidas que atenderemos com rigor, considerando a premissa da segurança e proteção à vida; inclusive, os professores estarão no grupo prioritário para vacinação e haverá testagem em estudantes e em 100% dos nossos docentes.
E, em se tratando de vida, é necessário frisar que, em meio à emergência de vacinas, em 2021, o Governo do Maranhão mantém sua total confiabilidade na ciência, na produção e aprimoramento das vacinas, resultado de conhecimentos e saberes de homens e mulheres, em todo o mundo, que dedicam o seu melhor com estudos contínuos em busca de soluções para a humanidade. Nesse sentido, ao passo em que rechaçamos qualquer tipo de politização da ciência, este governo reafirma seu compromisso de acreditar na capacidade de cada um de nós de se colocar no lugar do outro, no espírito humano solidário e resiliente.
Na educação, adentramos 2021 com a certeza de que estamos mais fortes e humanos. Digo isso porque, diante das situações adversas, jamais vistas, até então, por todos nós, seguimos confiando no poder transformador, colaborativo e na capacidade de superar obstáculos, que só a educação é capaz de proporcionar.
Quee, neste ano, não nos falte o principal, a fé, como bem definiu o apóstolo Paulo: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” Hebreus 11:1
Felipe Costa Camarão
Professor
Secretário de Estado da Educação e Reitor IEMA
Membro Titular do Fórum Nacional de Educação – FNE
Membro da Academia Ludovicense de Letras e Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão