Dia dos Pais reforça presença na educação dos filhos paraenses

Dia dos Pais

16.08.2017

Em tempos de Rodrigo Hilbert, ator que tem conquistado o coração das mulheres por dividir as tarefas do lar e da educação dos filhos com a mulher - a apresentadora Fernanda Lima - o Dia dos Pais deixa de ser apenas o segundo domingo de agosto, afinal todos os dias do ano são do pai que faz questão de estar presente na educação dos filhos.

O papel de “pai presente” pode ser observado em várias situações e lugares, como na movimentação diária à porta das escolas. Na E. E. E. F Carlos Guimarães, no bairro da Marambaia, em Belém, essa é uma cena bem comum. Ismael Batista, 28, autônomo, pedala desde o bairro da Jaderlândia, todos os dias para levar a filha Jeane, de seis anos, à aula. A mãe deixou a menina aos cuidados dele, ainda recém-nascida. Ismael teve que assumir a dupla função de ser pai e mãe, dedicando-se totalmente à menina: “Depois do trabalho eu a ajudo nas tarefas escolares, leio para ela, cuido das roupas; faço tudo que um pai deve fazer para estar presente, pois eu acredito que essa educação vai torná-la uma adulta capaz de conduzir com retidão sua vida”, disse.

 A Escola Carlos Guimarães tem 380 alunos do 1º ao 5º ano, matriculados em tempo integral: os estudantes entram às 7h30 e saem às 17h. Os alunos têm aulas de informática, inglês, sessões de cinema, atividades físicas e ainda judam a cuidar da horta. São oferecidas três refeições aos alunos: almoço, lanche da manhã e da tarde. À porta, Jeane fez questão de continuar abraçada ao pai até a hora de entrar para a aula. E repete que o ama muito. 

O agente prisional Márcio Santos, pai de Gustavo, 8 anos, aluno da Escola Carlos Guimarães, admite que as tarefas da escola ficam exclusivamente com a mãe. Eles são pais de Jéssica, 13 anos, mas dividem as demais tarefas e responsabilidades. “No meu tempo de estudante, o pai orientava os meninos e as mães, as meninas; mas hoje, na minha casa, sentamos os quatro e, juntos, orientamos nossos filhos. Procuramos prepará-los para o mundo falando sobre todos os assuntos que devem ser discutidos, além de dividirmos bem as tarefas da casa”, disse.

Pai mais presente

Na era Rodrigo Hilbert, ter talento para a cozinha não torna um pai menos homem. E ele ainda pode entender de carpintaria, metalurgia e até um pouco de engenharia, para construir uma casa na árvore para os filhos. Esse perfil de pai é uma característica da sociedade contemporânea. A psicóloga Vera Reis diz que o pai está abandonando a participação fria e distante da educação do filhos, como era tempos atrás. Hoje ele divide as responsabilidades do lar, cuida dos filho, auxilia nas tarefas, prepara refeições e interage nas brincadeiras. Em tudo ele demonstra afeto. “Essa participação ativa do pai na vida do filho é essencial para que a criança construa uma referência positiva sobre si mesma, os outros e o mundo. É a partir da interação com o pai que a criança começa a descobrir a relação com as demais pessoas e a desenvolver segurança para explorar este mundo”, observa.

A psicóloga detalha que quando os papéis de mãe e pai são bem divididos os efeitos são altamente benéficos para o desenvolvimento cognitivo (processo de conhecimento e raciocínio), afetivo e social da criança. Entretanto, quando há ausência emocional e negligência educacional tanto da figura paterna quanto da materna, a sensação de não ser amado e desejado se instala, podendo levar a grandes prejuízos emocionais e interpessoais quando não tratados.

E aconselha: “O pai precisa participar ativamente do desenvolvimento dos filhos; ele não deve ter uma postura permissiva demais, sem conseguir dizer 'não', cedendo ou aceitando os erros para evitar conflitos, e, principalmente, não deve ser indiferente - aquele que nunca tem tempo para participar do dia a dia da criação dos filhos e da rotina da casa. Inversamente, não deve ter postura autoritária, sem interagir emocionalmente com os filhos, sem dialogar”, observa.


Texto: Kátia Aguiar (Ascom Seduc)

Fotos: Fernando Nobre (Ascom Seduc)