Escolas da rede estadual do Amazonas chegam à semifinal do Prêmio Liga Steam 2024 com projetos sustentáveis

Amazonas

12.09.2024

Os professores de 13 escolas da rede estadual de ensino do Amazonas estão na semifinal do Prêmio Nacional Liga Steam 2024, que valoriza a aplicação de conhecimentos sobre Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, na elaboração de projetos voltados para resolução de questões sociais, econômicas ou climáticas. Nesta edição, com o tema “Pensar agora nos limites do planeta é bom para o mundo", 150 projetos foram selecionados  em todo o Brasil. Dos 18 trabalhos selecionados no Amazonas, 13 são da rede estadual de ensino.

Entre os trabalhos selecionados está o projeto Feiras Verdes e Mudanças Climáticas, dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Nossa Senhora do Carmo, em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus). Segundo a professora e orientadora dos alunos, Mary Sônia de Alencar, o projeto tem como objetivo identificar como as mudanças climáticas afetam a produção e a disponibilidade de alimentos nas feiras verdes do município, descrevendo as ações sustentáveis praticadas pelos feirantes. 

“A seleção para este prêmio é um reconhecimento do esforço e da criatividade de nossas crianças. Elas não apenas aprendem sobre os desafios ambientais que enfrentamos, mas também se tornam agentes de mudança em suas comunidades”, declarou a educadora.

Para a aluna Maria Eduarda Brito, de 8 anos, o projeto é uma oportunidade para que ela e os colegas de turma compreendam a rotina dos feirantes e como o ambiente e o clima podem afetar o trabalho de cada um deles.

“Eu me sinto uma pessoa importante, mesmo sendo apenas uma menina de oito anos, no 3º ano. É fantástico a gente pesquisar, entrevistar, ir às feiras e observar de perto a vida deles e como eles estão fazendo para enfrentar as mudanças climáticas”, afirmou a Maria Eduarda.

Na capital do estado, mais projetos foram aprovados e poderão chegar à final do concurso. Um deles está sendo produzido pelos estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental, na Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista. 

Conforme a orientadora do projeto, a professora Carolina Leitão, a ideia foi criar um robô capaz de chegar a áreas de difícil acesso, para fazer a coleta de resíduos sólidos. Segundo a educadora, os discentes demonstraram interesse desde o início, trabalhando em conjunto e estimulando o processo criativo. 

“Eu fico extremamente orgulhosa de ver a atuação deles, diretamente, no desenvolvimento desse projeto. Eles abraçaram a causa e a proposta. Vejo esse reconhecimento deles com muita alegria. É um reconhecimento deles de perceber que é possível fazer alguma coisa, lutar por uma boa educação”, comentou a professora.

No Ensino Médio, alunos da 2ª série da Escola Estadual (EE) Antônio Lucena Bittencourt estão empenhados no projeto de captação, tratamento e reaproveitamento de água cinza. Como explicou o professor orientador dos estudantes, Márcio Batista, as águas cinzas são águas vindas das pias do banheiro, da cozinha, da área de serviço, do chuveiro, da máquina de lavar e das chuvas.

“O projeto propõe captar essa água, tratá-la - retirando gordura, sabão, odores e desinfecção -, e reutilizá-la única e exclusivamente no vaso sanitário. Dessa forma, utilizaremos de forma mais eficaz a água potável para consumo, e o que iria direto para o esgoto agora será tratado e reutilizado no vaso sanitário”, esclareceu Batista.

Neste ano, os projetos vencedores receberão um total de R$ 120 mil em dinheiro. Os finalistas serão divulgados em novembro e os primeiros colocados de cada uma das três categorias (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) receberão R$ 25 mil, dos quais R$ 10 mil para os professores responsáveis, R$ 10 mil para a compra de equipamentos e/ou benfeitorias para as escolas e R$ 5 mil revertidos para a premiação dos estudantes da turma que realizaram o projeto vencedor.

FOTOS: Arquivo Pessoal / Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar