Professor da rede estadual de Pernambuco marca gerações de estudantes há 51 anos

Pernambuco

02.07.2024

Uma trajetória de vida dedicada à educação. Há 51 anos na Rede Estadual, Carlos José da Silva segue formando gerações de estudantes na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) de Beberibe, na Zona Norte do Recife, onde já atua há 46 anos. Professor de língua portuguesa de formação, ele hoje auxilia a gestão na função de apoio pedagógico e não tem planos de deixar o ambiente escolar. 

Dos seus 71 anos de idade, 51 foram guiados pelo amor à educação. “Eu adoro ensinar. Nasci professor e vou morrer professor”, afirma Carlos, assertivamente. Nem um acidente vascular cerebral (AVC), que sofreu em sala de aula, em 2018, nem a pandemia da Covid-19 afastaram o educador da sua vocação. Diante desse cenário, Carlos precisou se lançar a novos desafios fora da sala de aula, mas não deixou de participar da educação dos estudantes. Todos os anos de dedicação à Erem de Beberibe foram reconhecidos neste mês de junho com a inauguração do novo laboratório de informática da escola, que leva o nome do docente. 

A cerimônia de inauguração do laboratório reuniu estudantes, professores e ex-professores, representantes da Gerência Regional de Educação (GRE) Recife Norte, amigos e familiares de Carlos, que lotaram o auditório da unidade de ensino para expressar a sua gratidão por meio de apresentações culturais e discursos. “Nós alunos, professores e demais funcionários consideramos você um alicerce para essa escola. O senhor é uma peça fundamental para a engrenagem da nossa máquina educacional, que não poderia ter sido substituída nesses 46 anos aqui”, disse Hillary Vieira, oradora do grêmio estudantil da Erem de Beberibe. 

Luciano Machado, gestor da unidade de ensino, deixou claro que não abre mão da sabedoria de Carlos na sua equipe. “Carlos é um servidor da educação com uma matrícula bastante antiga. Mas, eu não mantenho aqui uma matrícula, eu mantenho qualidade. Falar de Carlos é falar de zelo, de carinho, de cuidados. Ele é quem chega primeiro na escola, quem toma conta de todos”, afirmou. 

Apesar da personalidade séria que construiu ao longo dos anos, é esse carinho que garante a Carlos o respeito dos estudantes. “Eu entendo o alunado. Eu sou assim, rígido, mas eles gostam de mim. Tem muita gente aqui que me chama de pai”, revela o educador.