Com 18 títulos, corporação musical da Escola Estadual Castelo Branco, de Rondônia, estreia novos instrumentos em concurso

BANDAS E FANFARRAS

13.10.2017

Esquerda, volver! Direita, volver! ordena o instrutor Claudemir Aragão, o Buguga. Na sequência, entre evoluções, ouve-se o ritmo contagiante do samba em todas as dependências da escola, em frente, na avenida Farquhar, em Porto Velho (RO), e nos arredores.

Desde 1976 na atividade, posicionado no meio da quadra esportiva, Claudemir inicia a intensificação dos ensaios da Corporação Musical Castelo Branco, de Porto Velho, para o concurso de bandas e fanfarras, no próximo dia 14, em Ariquemes (RO).

São emoções renovadas a cada dia, ele relata. O trabalho da equipe é, como ele diz, “irmanado” e a disciplina dos integrantes está “mais que aprovada”. “Um grupo valoroso, de ouro”, ele elogia.

O governo estadual investiu mais de R$ 2 milhões na mais recente aquisição de instrumentos, via pregão eletrônico da Superintendência Estadual de Compras e Licitações (Supel). No ano passado, as escolas receberam kits simples e neste ano completam os instrumentos.

A Corporação Musical da Escola Castelo Branco é composta por 46 alunos, incluindo nove porta-bandeiras e do estandarte partirá às 6h do sábado.

Olhares firmes, consciência de que tocam bem, os mais jovens ouvem outro instrutor, Paulo Manoel da Silva Neto, lembrar que a Escola Estadual Castelo Branco, detentora de 18 títulos, foi imbatível na região norte entre os anos 1980 e 90. Não se tem notícias de outros feitos tão significativos, desde o início do trabalho musical, 48 anos atrás.

Ao lado da diretora Joelma Oliveira Souza, Claudemir, na pré-estreia do kit avaliado em R$ 50 mil, manifesta gratidão “ao governador que ama fanfarras e bandas”, e reivindica: “Há tempos, coordenadores, instrutores e coreógrafos buscam o reconhecimento profissional, e o estado pode fazer isso por nós, estamos confiantes”.

Segundo o instrutor, a prática da teoria musical para uma banda marcial demora cinco anos, e isso deve ser “melhor compreendido”.

“Muitos componentes das bandas da Base Aérea, da PM e da 17ª Brigada de Infantaria de Selva saíram daqui, e essa é a nossa maior gratificação”, diz. “Médicos, advogados e outros passaram por aqui”, acrescenta.

Claudemir começou no Colégio Laura Vicuña naquele ano, passou pelo Colégio Dom Bosco (1978-79) e depois pela Escola Samaritana (1980-81).

Antes de retornar à Escola Castelo em 2009, onde ingressara ainda nos anos 1980, passou um período na Escola Padre Chiquinho.

Composta por alunos entre 12 e 24 anos dos três turnos, a Corporação Musical Castelo Branco sente-se prestigiada pelos instrutores, professores e pela diretora Joelma. “O que se vê neste momento é a repetição de todos os dias; a Castelo não para nunca”– ela diz.

Alunos da corporação, por exemplo, saem semanalmente da sala de aula para o ensaio. “Ninguém se cansa, o ânimo é muito grande”, sorri Joelma.

Segundo o coordenador de Educação Física, Desporto e Cultura Escolar, Ítalo Aguiar, a Secretaria Estadual de Educação contemplou bandas e fanfarras de 69 escolas de 14 coordenadorias regionais de educação em 31 municípios.

Segundo Ítalo, a música e o ritmo de fanfarras e bandas escolares são “ferramentas pedagógicas” que auxiliam no desenvolvimento do currículo escolar. “Além disso, contribuem para a identidade cultural do Estado”, ele destaca.

São estas as escolas estaduais contempladas: Daniel Nery, Castelo Branco, Tancredo Neves, Marcos Freire, Flora Calheiros, Bela Vista, Juscelino Kubistchek, Carlos Drummond de Andrade (Candeias do Jamari), Eduardo Lima e Silva, Brasília, Carmela Dutra, Ulisses Guimarães, Getulio Vargas, Jaime Bacessat, e Colégio Tiradentes (em Porto Velho e Jacy-Paraná).


Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Esio Mendes