Escolas do Paraná intensificam ações com foco em frequência escolar

Paraná

10.06.2022

Desde a segunda-feira (6) todos os colégios da rede estadual de ensino do Paraná estão engajados em uma campanha focada na frequência escolar. Chamado de Semana D de Mobilização Escolar, o evento é parte do Presente na Escola, programa que reúne ações das escolas e dos Núcleos Regionais de Educação, além de envolver agentes e organizações da sociedade civil em torno de uma causa importante: o direito à educação.

A Semana D tem a proposta de incentivar o engajamento dos estudantes com as atividades da escola. Por meio de um acompanhamento analítico de planilhas de índices de permanência do estudante em sala de aula, as ações focam em colégios que podem melhorar a frequência. 

Nesta quinta-feira (9), a Semana D culminou em uma live que trouxe informações sobre o programa, além de mostrar ações específicas de colégios que vêm se destacando na frequência escolar. O foco é manter estudantes na escola, sem precisar chegar em um cenário em que o estudante largue os estudos — em 2021, a taxa de abandono escolar na rede estadual de ensino do Paraná foi uma das menores do Brasil.

Conquista pelo apetite — Entre as regiões do Paraná que têm melhor desempenho em termos de permanência na escola está o norte do estado. Os bons índices são fruto de ações simples, que cativam a comunidade escolar. No Centro Estadual de Educação Profissional Professora Maria Lydia Cescatto Bomtempo, que fica na cidade de Assaí, a diretoria conquistou os estudantes de forma criativa e sem precisar gastar mais dinheiro.

“Nos últimos anos, a qualidade da merenda tem melhorado muito, e por sermos um centro de educação profissional, tentamos montar nosso refeitório como um restaurante de empresa”, explicou o diretor Aquiles Fernandes. “Percebi também que os itens da merenda são iguais para todas as escolas, mas podíamos melhorar a forma de fazer. E foi um trabalho de criatividade, sem precisar de recursos para comprar coisas diferentes.”

Por lá, as refeições são pensadas de forma temática. É comum o colégio fazer um cardápio com inspiração oriental, contendo pratos como yakisoba e yakimeshi. “A gente está numa região bastante marcada pela colonização japonesa, e os ingredientes que recebemos permitem esse tipo de ação”, completou Aquiles. 

Além do preparo diferenciado, a direção aposta na divulgação como ferramenta. “Temos uma parceria com o SEBRAE, e desde o início deram toques para a gente sobre como apresentar nossas refeições. Foi uma sacada que contribuiu muito para trazer e manter os estudantes, até porque os pais e responsáveis veem que estamos tratando bem os filhos; gera confiança”, concluiu.

Live de boas práticas — Com a diversidade de ações executadas desde o começo do segundo trimestre, a Semana D registrou uma série de iniciativas por toda a rede. Teve de tudo: contato com agentes do poder público — como procuradores regionais —, mensagens em carros de som, anúncios na rádio da cidade e até chamada de atenção durante a missa. Em cidades como Pato Branco, até os times do município se engajaram para compartilhar a mensagem da importância da educação.

Para reunir todas as ações e compartilhar boas práticas entre as escolas, foi organizado um dia inteiro de lives, que apresentaram alguns destaques. Durante a quinta-feira (9), o programa trouxe fala de diretores, professores e os próprios alunos, contando o que está sendo desenvolvido. “A intenção foi divulgar todo um trabalho realizado, que não acontece apenas na semana D. A proposta é mostrar a importância de os alunos estarem na escola e conscientizar a população sobre esse direito”, explicou Orivaldo Június Alexandre, coordenador do Presente na Escola. 

Uma das escolas mencionadas foi o Colégio Estadual Vandyr de Almeida, da cidade de Cornélio Procópio. Por lá, a intensificação das ações tem colhido resultados, e os próprios estudantes participaram da live para contar como tem sido. A ação aconteceu durante o intervalo das aulas — que conta com uma rádio musical produzida pelos alunos.

Reforço nas ações — Nos casos em que é identificado o abandono escolar, os colégios realizam buscas ativas: os pedagogos, professores ou diretores entram em contato com o aluno que abandonou, ou com seu responsável, para entender o motivo do abandono e para orientar sobre a importância da escola. 

Essas buscas são feitas por meio de visita domiciliar, mensagem via WhatsApp ou SMS, e-mail, ligação telefônica ou com o auxílio do Conselho Tutelar. Em 2021, foi realizada busca ativa com 61 mil estudantes da rede estadual de ensino do Paraná. Destes alunos, 58,6 mil retornaram para a escola.