Bahia
13.04.2022Os estudantes do Colégio Estadual Indígena Coroa Vermelha, localizado na Aldeia Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, estão participando, até o dia 24 de abril, de jogos tradicionais e oficinas culturais. As atividades fazem parte do projeto “Abril indígena”, que é uma ação de formação pedagógica e cultural indígena e que tem como essência o saber tradicional Pataxó.
A programação inclui oficinas de adereços, pinturas corporais e palestras. Além disso, também estão sendo realizados os Jogos Internos Indígenas Pataxó, por meio dos quais os estudantes competem em modalidades como "Arco e flecha", "Corrida de maracá", "Arremesso de takape", "Corrida com tora", "Luta corporal - Patyu mywkâ-ay"; "Cabo de guerra"; e, também, Jogos Indígenas Pataxó da Comunidade.
O diretor do colégio, Railson Braz, falou da importância dos jogos indígenas. “Eles têm a finalidade de fortalecer e valorizar a riqueza cultural do povo pataxó em um momento de celebração e interação entre alunos, familiares e comunidade no ambiente escolar, que nos traz a alegria e o prazer de sermos indígenas, tendo compromisso com a nossa história e valores”.
O estudante e líder de classe, Pedro Henrique Kanaywrá, 16, 2º ano, está participando dos jogos pela primeira vez. “Acabei de participar da 'Corrida de maracá' e gostei muito. Também vou participar da 'Corrida com tora' e do 'Patyu mywkâ-ay'. Os jogos são essenciais para a valorização da cultura e do conhecimento das antigas gerações Pataxó”, afirmou.
Segundo a estudante Juliana Borges, 16, 1º ano do Ensino Médio, as atividades do projeto “Abril indígena” movimentam toda a escola. “É muito bom poder participar das oficinas e dos jogos, pois aprendemos muitas coisas e, também, nos divertimos muito, porque todos se interagem”, comentou.
Para a professora Larawê Sales, que leciona Ciências da Natureza e Matemática, o projeto tem um impacto positivo na vida dos estudantes. “O projeto é importante para os indígenas Pataxó e para a divulgação da nossa escola, pois mostramos a nossa cultura e que somos protagonistas da nossa própria história. Através das atividades, a exemplo da oficina de pintura corporal com tinta e jenipapo, os estudantes aprimoram os seus conhecimentos e fazem um resgate cultural”, destacou.