Tocantins
22.03.2021Josélia
de Lima/Governo do Tocantins
Um dos projetos que está sendo realizado no Centro de Ensino Médio Tiradentes, em Palmas, e que está dando certo e sendo responsável para elevar a qualidade do ensino e proporcionar evidência para a escola é o Águas que Florescem. O projeto teve início em 2019, idealizado pela professora de Biologia, Juliana Girardello Kern e seus estudantes. A ideia foi reaproveitar a água dos aparelhos de ar condicionados para irrigar mudas de árvores.
Atualmente, o projeto está na segunda fase, que teve início em novembro de 2020, com a preparação do terreno e plantio de mudas. A água que sai dos aparelhos de ar condicionados é levada para uma caixa d’água, que foi adaptada para facilitar o escoamento do líquido nas mangueiras até a área de irrigação.
A professora Juliana explicou que esse é um projeto no qual os estudantes refletem temas como queimadas e suas consequências para a biodiversidade e vida humana; a responsabilidade de cuidar melhor do meio ambiente com a formação de novas mudas, plantios de mudas e preservação da floresta. “São objetivos do nosso projeto disseminar práticas sustentáveis e sensibilizar as pessoas sobre a importância da arborização. Promove, também, a participação dos estudantes em ações que visem a melhoria na qualidade de vida da população, além de contribuir para um mundo melhor”, esclareceu Juliana.
A presidente da Associação Tocantinense dos Biólogos (AtoBio), Adriane Feitosa Valadares, é uma das pessoas que conhece o projeto e contribuiu na divulgação. “A ideia é mostrar como isso pode nos ajudar de diversas maneiras a ser extremamente eficaz ao planeta”, destacou.
Pandemia
Parte das ações do projeto foi realizada antes da paralização das aulas presenciais por causa da pandemia, como a preparação do terreno e reuniões para definir as etapas do projeto.
Durante a pandemia, a professora continuou se comunicando com os alunos pelo whatsapp e alguns estudantes ficaram responsáveis para fazer a medição das plantas e observar o processo de irrigação. Mas todos os estudantes obedeceram às regras de protocolo de biossegurança.
Mudas
A escola conseguiu as mudas por meio dos estudantes que também trabalharam o plantio das sementes e a formação das mudas em casa e com parceiros como o Projeto Ipê do Cerrado. Com isso, a escola está plantando mudas de jatobá, cajuí, angico, gonçaleiro, ipê, pitomba e cajá. Algumas mudas foram doadas para parceiros.
Prêmios
Com o projeto, a escola participou da 7ª edição do Prêmio Respostas para o Amanhã, promovido pela Sansung, e ganhou um kit arduino, e certificados para os estudantes.
O projeto também foi escrito na 26ª edição da Feira Ciência Jovem - online, de Recife-PE, e recebeu elogios de avaliadores. Águas que Florescem também foi inspiração para a produção de um vídeo da Associação Tocantinense de Biólogos, produzido no ano passado, pela ocasião do Dia Mundial da Água.
Percepções e aprendizagens
A estudante Maria Luiza da Silva Campos, 18 anos, concluinte do ensino médio, comentou o quanto aprendeu na sua participação no projeto. “Aprofundamos os nossos estudos sobre as plantas nativas do cerrado, suas características, crescimento e a produção dos frutos. Também aprendemos muito sobre o solo, não é apenas plantar, temos que examinar o solo para saber suas características e se as plantas vão se adaptar e se desenvolver naquele ambiente”, contou.
Maria Luíza ressaltou a importância da presença dos pais de alguns alunos nas aulas práticas do projeto. “Os pais estiveram ativos do início ao fim do projeto e ter essa ligação e conexão com a família fez com que o desenvolvimento do projeto fosse ainda mais prazeroso e divertido”, comentou.
Maria Laura Teixeira Soares, 17 anos, estudante da 3ª série do ensino médio, contou que está participando do projeto nessa segunda fase. “Aprendi a reutilizar a água dos aparelhos de ar condicionados que pode ser usada para irrigar os jardins, lavar calçadas ou nas descargas do banheiro. Aprendemos a valorizar o bioma e a conhecer a importância de termos plantas no pátio da escola, nas ruas e nos quintais de nossas casas. A arborização traz uma sensação de paz, de pureza e de limpeza e elas são responsáveis pela qualidade do nosso oxigênio”, destacou Maria Laura.
Por meio do projeto, os estudantes ainda estudam o clima, os efeitos do calor, da falta de umidade no ambiente e outros assuntos. Águas que Florescem tomou uma dimensão grande, e já conta com outros professores ajudando como colaboradores como é o caso da professora Eliana Neves Martins.